Largo do Seminário |
HOJE É DOMINGO
(Na minha cidade se Santarém em 4/1/15)
Estamos entregues ao destino... Mais uma
vez o aleatório através dos processos de mutação e selecção natural se impõe
como a razão principal e determinante para sofrermos de cancro. Dois terços acontecem
por azar.
É isto que nos diz as conclusões de um
estudo da Universidade de Jhons Hopkins que veio publicado na revista Science. A pesqui sa feita
baseou-se num modelo estatístico que leva em conta uma grande variedade de
cancros – as excepções são o de mama e da próstata.
Os pesqui sadores analisaram 31 tipos de câncro e
descobriram que em 22 dois deles, o tumor cresce por causa de uma mutação
genética sem motivos específicos – entre eles a leucemia, o cancro no pâncreas,
nos ossos, nos ovários e no cérebro.
No entanto, outros nove tipos mais comuns da doença, como
o cancro de pele e dos pulmões, são mais influenciados por hábitos de risco,
como a exposição excessiva ao sol, o fumo e também por factores de herança
genética.
“Este estudo mostra que fumar e outros maus hábitos aumento
os riscos de ter um câncro”, ressalva o oncologista e professor Bert Vogelstein.
E completa: - “Apesar
disso, muitas formas de câncer acontecem devido à falta de sorte e a uma
mutação genética que provocará o cancro, sem ter nenhuma relação com o modo de
vida ou factores hereditários”.
Mudar hábitos funciona
para alguns cancros. O especialista
acrescenta que as pessoas que vivem muito tempo e não têm cancro, mesmo sendo
fumadores ou expondo-se demais ao sol, não tem necessariamente “bons genes”.
“A verdade é que a
maior parte deles tem simplesmente muita sorte”, diz
Volgelstein.
Para realizar o estudo, os pesqui sadores
analisaram o processo natural de renovação das células no corpo humano, que
permite a substituição das células conforme elas vão morrendo. Há muito tempo,
os pesqui sadores sabem que o cancro pode surgir quando as células-tronco cometem pequenos erros de cópia, as mutações.
Mas este novo estudo é o primeiro a tentar medir a
proporção dos cancros iniciados por este factor, em relação aos causados pela
herança genética ou ao ambiente desfavorável.
“Mudar nossos hábitos de
vida é muito útil para evitar algumas formas de câncer, mas não adiantará nada para
outras”, afirma o
bio-matemático e professor assistente de oncologia na universidade.
“Devemos mobilizar
recursos para encontrar meios de detectar estes tipos de câncer aleatórios em
seu estado precoce, quando é curável”,
conclui.
Mas também há boas notícias pois um geneticista
francês diz que em 15 anos ele deixará de ser uma doença mortal mas, mortal ou
não, o melhor mesmo é não o ter e para isso deixar de fumar ajuda.
Numa decisão programada, fumei o meu
último cigarro no fim do ano de 1995 antes de embarcar no avião para o Rio de
Janeiro onde festejei o Novo Ano na praia de Copacabana e fiz bem, porque
apesar de toda a aleatoriedade foi com o incremento do tabagismo que o cancro
do pulmão, que foi diagnosticado pela primeira vez como tísica cancerosa em
1819, se tornou numa verdadeira epidemia global.
É hoje o mais frequente sendo
responsável, a nível mundial, por 1.600.000, 13% dos novos casos de cancro, com
1.400.000 mortos.
Nos homens, o cancro do pulmão é o mais
diagnosticado e o que apresente maior mortalidade, 23%. Nas mulheres, é o
cancro da mama sendo que o do pulmão vem já em 4º lugar mas em 2º nos óbitos.
Compete-nos ajudar, fazer a parte que
nos pertence, mas do que fica dito, a sorte comanda a
vida...
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