quinta-feira, janeiro 22, 2015

Gary Cooper no papel de Sargento York
Os Nossos Heróis

já não são o que eram











A história foi-nos contada num filme de guerra americano, feito na Academia de Hollywood, em que o herói era o Sargento York. Foi realizado em 1941, data anterior à entrada da América na 2ª GGM e contava uma história verdadeira.

Este York, interpretado no filme por Gary Cooper - o meu actor da juventude, não só o favorito mas também o predilecto -  era contra as guerras, objector de consciência mas, como não lhe reconheceram essa qualidade, lá foi para a frente da batalha com o posto de sargento.

Na linha de fogo, ele que era contra as guerras, proibido de matar por consciência, viu-se confrontado com uma metralhadora inimiga que dizimava os camaradas ao seu lado e então, o pacifista, arrancou da trincheira numa correria louca, pelo meio da lama e dos estilhaços, cala a metralhadora inimiga, salva a vida dos camaradas e torna-se herói da guerra.

No regresso ao país é condecorado, dão-lhe uma medalha e um Congressista alicia-o para aproveitar essa fama e enveredar pela política mas o sargento York recusa:

- “Não estou orgulhoso do que fiz, fiz porque tinha de o fazer”.

Hoje, o filme feito em Hollyood que está na berra, é o “Américan Sniper” em que o herói, também da vida real, de coração gélido, olhar de águia e pontaria certeira, estabeleceu um recorde de mortes inimigas também em defesa dos seus camaradas e transformou-se numa lenda.

Regressa ao palco da guerra, o Iraque, em comissões sucessivas e quando, finalmente, ela acaba e volta para junto da mulher e dos filhos, percebe que é a guerra que ele não consegue deixar para trás, montando, então, uma empresa aproveitando-se da fama conseguida.

Aquele herói do meu tempo mediu-se pelo heroísmo espontâneo, pelo coração, desapego à vida para defesa da pátria e dos seus camaradas. Como ele disse, fez o que fez porque era o que tinha a fazer naquele momento e naquelas circunstâncias.

O de hoje, para salvar camaradas, tal como o outro, viciou-se na morte fria, calculista e sem coração... eu prefiro o herói do meu tempo.

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