A Europa em equilíbrio instável... |
da
Verdade
Finalmente, a Grécia, vai ter que descer aos pormenores, os "finalmente", como dizem os nossos amigos brasileiros e das duas uma, ou apresenta um plano concreto de medidas de regresso à austeridade ou não há dinheiro.
Varoufakis já diz que não vai poder reembolsar o FMI e o BCE e, a partir daí, ou a Grécia dá garantias de mais sacrifícios para o povo grego, que é o contrário de tudo quanto prometeu, o seu descrédito total, quando já pouco sobra para além de um plano humanitário com a criação de um cartão de cidadão para acesso às unidades de saúde e à distribuição de vales de alimentação dirigidos a quem não consegue pagar as necessidades básicas, como alimentação, abrigo, cuidados de saúde e energia. Apoios em espécie que não em dinheiro, e não esqueçamos que na Grécia 30% da população está a baixo do limiar da pobreza sem direito a apoios como o Rendimento Social de Inserção existente em Portugal.
Quanto ao resto: pensões, salário mínimo, privatizações... promessas do Cirysa, irão ficar pelo caminho como era de antever.
Não é possível afastar da boca dos gregos o cálice de vinagre que eles vão ter que beber até ao fim de uma forma ou de outra.
Há apenas uma pequena, que pode ser grande, a diferença para o que está a acontecer e vai acontecer e chama-se dignidade ou o seu contrário, a humilhação.
Ao ouvir e olhar para a cara de Schaubl, cheira-me a humilhação. A expressão da Varoufakis continua a mostrar confiança mas a circunstância de Tsipras ter estado 8 horas a conversar com os seus apoiantes no Parlamento, mostra bem como o caminho é tortuoso e, em rigor, não depende deles mas sim da avaliação que os restantes países europeus fizer sobre a importância da Grécia estar dentro ou fora do euro.
O regresso ao dracma é uma jogada no escuro em muitos aspectos e de consequências imprevisíveis para todos, europeus e gregos... mas a vida não pára.
O destino deste projecto europeu concebido sem uma verdadeira componente política que levasse em linha de conta as profundas assimetrias dos países europeus só poderia vir a dar no que estamos a assistir.
Por outras palavras "era indispensável para sobreviver se houvesse uma união de transferências entre o centro e a periferia, através de um Orçamento comum e de outros mecanismos como união bancária e um fundo monetário para acudir a crises, para além de um banco central que fosse capaz de fazer financiamento monetário em caso de necessidade."
Quem escreveu isto foi um economista canadiano Robert Mundell que viria a ser Prémio Nobel.
Ora, não só essa união de transferências foi recusada pela Alemanha como os resgates impostos por ela, Paris e Bruxelas acabaram por funcionar ao contrário.
Em consequência, são os países deficitários que actualmente suportam o desemprego e transferem riqueza para os países excedentários.
O povo "aguenta", "aguenta" diz Ulrich e é verdade. Até à data tem aguentado, apenas me lembro da manifestação silenciosa por ocasião da TSU que não foi para a frente.
No entanto, notam-se alterações nas tendências político partidárias em vários países da Europa e as próximas eleições podem trazer novos governos, democraticamente eleitos, como o Ciryza e o Sr. Schauble não os pode censurar a todos.
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