domingo, fevereiro 01, 2015

Largo do Seminário
Hoje é 
Domingo
(Na minha cidade de Santarém em 1/2/15)











Desconhecemos o futuro da Grécia mas há muitas vozes que o consideram de “quadratura do círculo” que só pode terminar num “drama grego”.

Gostaríamos que não, até porque o destino deles também tem a ver com o de todos nós e, desconhecendo um desconhecemos igualmente os outros.

Esta incerteza e dúvida sobre o que irá acontecer deixa-nos angustiados e temerosos. Percebemos que a Grécia é factor de instabilidade mas não podemos deixar de nos condoer com a crise humanitária, imprópria de uma Europa civilizada do Século XXI, em que uma grande parte daquele povo está mergulhado.

A Alemanha, potência vencida e julgávamos que esmagada em 1945, está de novo no comando das operações demonstrando que para mandar na Europa, afinal, não são precisos canhões nem bombas.

Produzir mais e melhor do que os outros e impor o controle da riqueza aos restantes países é a arma que nada tem de secreta.

A ambição hegemónica dos alemães sobre a Europa não desapareceu e os principais argumentos que a levaram a dominar, pela força das armas e caprichosamente, todos os países seus vizinhos continuaram para além do momento da rendição.

Aquela extraordinária máquina de guerra que só não continuou a dominar a Europa por estar entregue a um louco sanguinário, foi construída a partir de muito engenho, trabalho, disciplina, organização, rigor e... ambição de querer mandar.

A Alemanha dita hoje à Europa os seus critérios quanto à forma como devemos viver.

Impôs-nos uma moeda forte, como lhes convinha, e não cede quanto à persecução de Taxas de Deficits Orçamentais que, face às responsabilidades no que respeita ao pagamento de juros que os países com as dívidas soberanas têm de fazer, não permitem aos Estados gastar em Investimento Público que “puxa” pelo Investimento Privado, o tal que cria riqueza, empregos e paga o estado social.

Este é o ponto fraco dos alemães. Não percebem, obcecados que estão pelos seus interesses, que estas situações de domínio que implicam sacrifícios e humilhações dos outros são extraordinariamente perigosas porque explosivas do ponto de vista social.

A economia alemã é o grande motor da Europa mas, se ela guarda para si, ciosamente, os seus excedentes comerciais, então o motor não faz andar o carro, ao contrário, afunda-o.

Por isso chegamos a uma situação de deflação ou seja, tão pouco interessante do ponto de vista do mercado consumidor que a perspectiva de vender com lucro é diminuta. Então, para quê correr riscos e investir?

Penso que existe uma inteligência que está para lá daquela que os alemães, com todas as suas qualidades, possuem.

O projecto europeu foi criado por visionários mas pode, perfeitamente, ser deitado a baixo por merceeiros...

Site Meter