terça-feira, fevereiro 17, 2015

Varoufakis... again!
É d´homem!













Como diriam os meus conterrâneos ribatejanos dos sete costados relativamente a Alexis Varoufakis.

“Notáveis esforços de ajustamento levados a cabo pela Grécia e pelos gregos nos últimos anos” – dizia o documento apresentado aos gregos, logo no primeiro parágrafo, para a negociação.

Varoufakis, leu e zás, rasurou o documento com um ponto de interrogação em cima e escreveu sobre ele: Falhanço!

É de homem! Ele representa um país pequeno e falido, tem contra si 18 países e 81% dos gregos que numa sondagem dizem querer continuar no euro, eram 75% na última sondagem, e mesmo assim refila, faz voz grossa e bate o pé.

É de homem ou de loucos embora nós, portugueses, o compreendamos muito bem.

Lembram-se do discurso de Passos Coelho que a partir de certos indicadores económicos, especialmente as actuais taxas de juro dos mercados financeiros onde nos financiamos e que nunca foram tão baixas, não no curto ou médio prazo mas a 10 anos,  e daqui os auto-elogios.

Contrapõe a oposição lembrando que interessa mais o país real, o do desemprego, da pobreza, da emigração, da diminuição da qualidade do estado social e da economia que baixou nos últimos anos, excepção a 2014 em que subiu 0,6% ou seja, quase nada.

Mas é uma inversão da tendência, contrapõe o governo...

Dois países reais, o de Portugal e o da Grécia, a acusarem as consequências da austeridade, mais este do que aquele.

Dois países louvados pelo Eurogrupo e pela Alemanha - esta cada vez mais rica -  enquanto seguidores dos programas de austeridade independentemente das consequências e dos sacrifícios.

No meio, a austeridade contra a qual Varoufakis diz que foi eleito razão pela qual não pode ceder dizendo mesmo:

- “Na história da Europa nada de bom surgiu com um ultimato”.

O programa de assistência aos gregos termina a 28 deste mês e neste momento cada uma das partes empurra a bola para o campo do outro:

 - Não tenho dúvidas de que, nas próximas 48 horas, a Europa será capaz de apresentar uma proposta para começarmos o verdadeiro trabalho e estabelecer um novo contracto.” – diz Varoufakis.

 - “A Grécia tem até ao fim de semana, 4 dias, para aceitar o prolongamento do programa de assistência.” – diz o Eurogrupo.

A partir do fim do fim do mês “no more money”...

Li o artigo de opinião de Alexis Varoufakis na imprensa de hoje em que ele fala muito da Teoria dos Jogos de que foi Professor e esclarece que não está a jogar mas apenas “a apresentar honestamente os factos respeitantes à economia social da Grécia.

- Como é que sabemos que temos razão? – olhando os olhos das pessoas esfomeadas nas ruas das nossas cidades ou ao contemplar a nossa pressionada classe média ou tendo em conta os interesses do povo trabalhador em cada aldeia e cidade europeia dentro da nossa União Monetária.”

E terminou:

- “Afinal, a Europa só encontrará a sua alma quando recuperar a confiança do povo, colocando os seus interesses em primeiro lugar”.

Este homem ou sairá rapidamente da cena europeia ou arrisca-se a ficar na história do seu país como mais um herói grego.

- “Sinto muito pelos gregos. Elegeram um governo que se comporta de maneira bastante irresponsável.” – Diz o poderoso Sr. Shauble, Ministro das Finanças alemão.

Tanto paternalismo por parte deste senhor é um insulto às opções democráticas e legítimas de um país inteiro. No fundo, um insulto aos gregos.

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