Varoufakis... again! |
É d´homem!
Como diriam os meus
conterrâneos ribatejanos dos sete costados relativamente a Alexis Varoufakis.
“Notáveis esforços de
ajustamento levados a cabo pela Grécia e pelos gregos nos últimos anos” –
dizia o documento apresentado aos gregos, logo no primeiro parágrafo, para a
negociação.
Varoufakis, leu e zás,
rasurou o documento com um ponto de interrogação em cima e escreveu sobre ele: Falhanço!
É de homem! Ele
representa um país pequeno e falido, tem contra si 18 países e 81% dos gregos
que numa sondagem dizem querer continuar no euro, eram 75% na última sondagem, e mesmo assim refila, faz voz grossa e bate o pé.
É de homem ou de
loucos embora nós, portugueses, o compreendamos muito bem.
Lembram-se do discurso
de Passos Coelho que a partir de certos indicadores económicos, especialmente
as actuais taxas de juro dos mercados financeiros onde nos financiamos e que
nunca foram tão baixas, não no curto ou médio prazo mas a 10 anos, e daqui os auto-elogios.
Contrapõe a oposição
lembrando que interessa mais o país real, o do desemprego, da pobreza, da
emigração, da diminuição da qualidade do estado social e da economia que
baixou nos últimos anos, excepção a 2014 em que subiu 0,6% ou seja, quase nada.
Mas é uma inversão da
tendência, contrapõe o governo...
Dois países reais, o
de Portugal e o da Grécia, a acusarem as consequências da austeridade, mais
este do que aquele.
Dois países louvados
pelo Eurogrupo e pela Alemanha - esta cada vez mais rica - enquanto seguidores dos programas de
austeridade independentemente das consequências e dos sacrifícios.
No meio, a austeridade
contra a qual Varoufakis diz que foi eleito razão pela qual não pode ceder
dizendo mesmo:
- “Na
história da Europa nada de bom surgiu com um ultimato”.
O programa de assistência
aos gregos termina a 28 deste mês e neste momento cada uma das partes empurra a
bola para o campo do outro:
- Não
tenho dúvidas de que, nas próximas 48 horas, a Europa será capaz de apresentar
uma proposta para começarmos o verdadeiro trabalho e estabelecer um novo
contracto.” – diz Varoufakis.
- “A
Grécia tem até ao fim de semana, 4 dias, para aceitar o prolongamento do
programa de assistência.” – diz o Eurogrupo.
A partir do fim do fim
do mês “no more money”...
Li o artigo de opinião
de Alexis Varoufakis na imprensa de hoje em que ele fala muito da Teoria dos
Jogos de que foi Professor e esclarece que não está a jogar mas apenas “a
apresentar honestamente os factos respeitantes à economia social da Grécia.
- Como é que sabemos
que temos razão? – olhando os olhos das pessoas esfomeadas nas ruas das nossas
cidades ou ao contemplar a nossa pressionada classe média ou tendo em conta os
interesses do povo trabalhador em cada aldeia e cidade europeia dentro da nossa
União Monetária.”
E terminou:
- “Afinal,
a Europa só encontrará a sua alma quando recuperar a confiança do povo,
colocando os seus interesses em primeiro lugar”.
Este homem ou sairá
rapidamente da cena europeia ou arrisca-se a ficar na história do seu país como
mais um herói grego.
- “Sinto
muito pelos gregos. Elegeram um governo que se comporta de maneira bastante
irresponsável.” – Diz o poderoso Sr. Shauble, Ministro
das Finanças alemão.
Tanto paternalismo por
parte deste senhor é um insulto às opções democráticas e legítimas de um país
inteiro. No fundo, um insulto aos gregos.
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