Os culpados da crise... |
Os
Culpados
Culpados
Já se sabia que, para além dos nossos próprios pecados, éramos vítimas da Alemanha na crise e sacrifícios porque quase todos nós passamos.
Por isto, por aqui lo,
com esta ou aquela justificação, desequi librámos
fortemente os orçamentos de Estado, aumentámos a dívida do país e perdemos a
credibilidade junto daqueles que nos emprestavam o dinheiro e chegámos ao
limiar da banca-rota. Esta é a verdade.
A seguir, inevitavelmente, foram só desgraças tuteladas por um
chefe de Governo, jovem teimoso, inexperiente, apologista dos sacrifícios retemperadores
dos erros cometidos pelos cidadãos e que foi objecto da maior manifestação
silenciosa de protesto que este país já viu.
Quando precisámos de alguém que nos compreendesse na dor, saíu-nos
um tipo arrogante e convencido que de forma displicente mandou os nossos jovens
sair da zona de conforto e ir arranjar trabalho para fora do país.
O outro, é a Alemanha, para mal da Europa, é novamente a Alemanha,
quem havia de ser?...
Todos os analistas convergem nesta conclusão, que nada tem a ver com a
necessidade lógica e racional de vivermos dentro de Orçamentos equi librados.
Contudo, há aqui
interesses escondidos, que não se coadunam com os sacrifícios impostos aos mais
fracos.
Um Orçamento é como uma balança, tem dois pratos e o equi líbrio tanto pode resultar da descida do prato
mais alto como da subida do mais baixo.
A Alemanha que manda na Europa, espera-se que no futuro mande um
pouco menos, impôs reduções drásticas nos Orçamentos dos países
independentemente das suas fragilidades e quando era indispensável ajudar as
economias a produzir riqueza para ajudar no outro prato da balança, a Alemanha
recusa sair do seu caminho de poupança e continua a ter um enorme excedente de
liqui dez sem que tal se traduza em
despesa pública que gera emprego e aumento de consumo ou seja, estímulo à
economia.
O Sr. Junkers vai fazendo o que pode da parte da expansão monetária
mas, por si só, sem investimento não pode resolver o problema da economia
europeia.
E, no entanto, tudo parece favorável: preço do combustível baixo,
taxas de juro praticamente inexistentes, inflacção negativa, o euro a
desvalorizar-se face ao dólar... e a Alemanha, ciosa do seu dinheiro, apesar de
possuir estruturas fracas a precisarem de investimento, mantém-se na retranca,
como se dizia no meu tempo de rapaz.
Quem vem agora reforçar estas acusações é o Sr. Ewin Cameron,
Director Geral do Instituto de Investimento BlackRock, naturalmente
especialista nestas coisas da macro-economia, que diz que a Alemanha “só quer
poupara à custa dos outros países” e assim, "a taxa de crescimento da Europa, na
melhor das hipóteses, será de 2,5
a 3%, o que é muito pouco para ajudar as economias dos países mais débeis como o nosso".
Com a economia europeia estagnada podemos, definitivamente,
começar a pensar no pior... porque a Europa não é o Japão. Quem o afirma é Luís Amado, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros.
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