De quem é a vantagem?
Acabou um discurso, vai
começar a discussão.
Finalmente, António
Costa que nada dizia para gáudio da Coligação, apresentou um conjunto de medidas,
pensadas, estudadas e elaboradas por uma equipa de técnicos que vão inspirar o
programa de governo do Partido Socialista, na disputa eleitoral para ganhar o
poder nas próximas eleições legislativas.
À primeira vista,
poder-se-ia julgar que o Partido Socialista estaria numa posição mais cómoda,
alturas houve até em que a maioria absoluta parecia estar perfeitamente ao seu
alcance mas a substituição de Seguro por Costa não produziu os ganhos que se
previam perante a vitória esmagadora deste último.
Vitória esmagadora
dentro do Partido cujos sócios e simpatizantes, que sempre votariam PS, deram uma
preferência nítida a António Costa sem que essa escolha tivesse passado para a
sociedade portuguesa.
E o Partido Socialista,
agora com Costa na liderança, marca passo nas sondagens – grande farol orientador
– e faz com que Passos Coelho, o político que estaria destinado a levar uma
tareia nas eleições, a pedir, também ele, a maioria absoluta.
Pergunta-se, então,
afinal à partida de quem é a vantagem?
- De Passos Coelho, que
fez da política da Troyka a sua própria política e aplicou a austeridade através de um conjunto de cortes cegos em salários,
pensões, apoios sociais e diminuição de verbas na Educação, Saúde e Justiça...
Ou
- De António Costa que
passou à margem de todo este processo como um brilhante Presidente da Câmara de
Lisboa e nem sequer foi responsável pela oposição à frente do seu Partido?
Os portugueses são um
povo diferente e especial pelo seu passado e pela sua história que lhes foi
dizendo, ao longo dos séculos, que mesmo quando faziam coisas brilhantes como a
de terem participado nos Descobrimentos, o mérito não devia ser deles porque as
recompensas foram para outros.
Deles, verdadeiramente,
apenas a fome e as dificuldades sem esperança como aquela que lhes foi servida
por Passos Coelho, dificuldades que eles tão bem conhecem lá das profundidades
das suas vidas colectivas.
Com Passos Coelho foi o
reencontro com o passado, o remoto e o recente com Salazar que nos ensinou a
ser pobres mas felizes e conformados como a fatalidade de um destino.
Não, o povo não vai
cair nos braços de António Costa, a vantagem é de Passos Coelho. Quem manejar o
chicote neste país leva sempre vantagem...
Quando alguém lhes qui s oferecer projectos de vida num futuro cor-de-rosa
acabou na prisão de Évora preso preventivamente por suspeitas de corrupção...
Um outro afundou-se na
lama, foi trabalhar para a ONU e fez votos de não mais cá voltar.
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