quarta-feira, abril 08, 2015

Jardel: o meu agradecimento pelas alegrias que me deste.
JARDEL
















Jardel presenteou os portugueses ao serviço do Futebol Clube do Porto e do meu Sporting com golos de toda as maneiras e feitios. Ele próprio dizia que até metia golos com a “bunda”.

Dentro do campo não fazia muito mais do que “isso” mas quando se faz “isso” na quantidade em que ele fazia seria injusto pedir mais do que “isso”...

Os golos deram-lhe a notoriedade devida mas quanto ao resto, nem no futebol nem na vida.

Durante alguns anos a mulher com quem estava casado ainda lhe deu apoio e suporte mas também ela desistiu. O jeito que tinha a mais para marcar golos era o jeito que tinha a menos para a vida que acabou na luta contra a toxi-dependência.

Jardel regressa agora às notícias pela via da política. Eleito deputado com 41227 votos pelo Partido Social Democrata (PSD), fundado em 2011, decidiu despedir a quase totalidade dos 21 assessores que o Partido lhe arranjou e, mais do que isso, desapareceu.

Eu acho que os brasileiros nunca levaram muito a sério esta coisa da política por causa da corrupção. Ontem, o “mensalão”, que tinha a ver com os parlamentares do Congresso Nacional e hoje o “petrolão” relacionado com os desvios de dinheiro da Petrobás no montante de 87 biliões, o maior escândalo brasileiro, que levou alguma imprensa a considerar que o “Estado brasileiro foi sequestrado por bandidos”.

É evidente que estes casos fazem muita mossa na crença democrática dos cidadãos com repercussão, naturalmente, no momento do voto.

A eleição do Jardel só é possível pelo abastardamento da política e ele próprio, depois de eleito, percebeu que não era ali, sem relvado nem balizas, o seu terreno mas a seu carácter de homem revelou-se quando não se dispôs a ser pau mandado de quem lá o colocou.

Despediu os assessores e desapareceu frustrando os objectivos de quem se preparava para utilizar a sua pessoa. Saiu do campo, não se prestou ao papel de tantos outros que aceitaram envergonhar a política.

Só foi até ao momento em que tudo aquilo era brincadeira, “o faz de conta” da vida, do regresso à infância, aos jogos em que se simula umas vezes ser polícia, outras ladrão, outras político.

Se Jardel não voltar a aparecer para desempenhar o lugar que os outros prepararam para ele, pode crer que voltarei a colocá-lo na minha equipa e a aplaudi-lo pelo golo que acaba de marcar.

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