terça-feira, abril 07, 2015

A tragédia Síria. o drama das crianças.
A Grande 

Confusão
















 - Quando voltará a haver paz nos países do Médio Oriente?

A Europa teve a Guerra dos Cem Anos durante os Sec. XIV e XV entre a França e a Inglaterra, a Guerra dos Trinta Anos, a partir de 1618 entre católicos e protestantes, as Guerras Napoleónicas de 1803 a 1815, a 1ª G.G.M. de 1914/18, a 2ª G.G.M. de 1939/45. Enfim, de guerras a Europa está bem servida...

Talvez agora, este longo período de 70 anos de paz que se vive, com uma excepção ou outra nos Balcãs, com o desmembramento da Jugoslávia, possa parecer algo que tenha vindo para sempre.

Também por isso estranhamos agora o que se passa entre os nossos vizinhos do Norte de África separados de nós por um frágil Mediterrâneo no qual os refugiados, mulheres e crianças, são lançados em não menos frágeis barcos em viagens suicidas, procurando a segurança da Europa.

E aqui estamos nós, europeus, no conforto da nossa paz sem saber o que fazer surpreendidos pelo desenrolar dos acontecimentos depois de termos aplaudido as chamadas “primaveras árabes” pensando que se lhes seguia a democracia...

Países que eram relativamente estáveis como o Iraque, a Síria, o Líbano, o Iémen parece terem desaparecido como Estados, os quais, embora liderados por tiranos, funcionavam.

Os tiranos foram derrubados, mortos, exilados e o que se segue é o desmoronamento da sociedade regressando-se a formas primárias de organização tribal.

Assim, enquanto os povos dos países europeus, fazem esforços sérios por organizações políticas mais amplas, tipo federativo, para melhor defenderem os seus interesses num mundo cada vez mais globalizado, de grandes espaços, os Estados do Norte de África parece desfazerem-se regressando a formas primitivas de organização com o cimento da religião a pretender uma união com base no medo, no terror e na obediência cega a líderes religiosos carismáticos.

É um retrocesso à Idade Média, na sua componente mais negra, quando pequenos grupos de “senhores”, de cidades, corporações, igrejas, hordas tribais e mercenários, competiam uns com os outros para controlarem territórios e recursos.

O Estado como organização política foi um avanço, a Federação de Estados, um avanço ainda maior e as grandes alianças têm contribuído para equilibrar o mundo.

No Médio Oriente nada ajuda à paz e ao entendimento. A religião dominante está dividida desde a sua criação em duas facções, xiitas e sunitas, espécie de herança maldita de Maomé, que repartem hoje a sua influencia por zonas distintas: os sunitas nas monarquias da Arábia Saudita e os xiitas no Irão, que são persas e não árabes e que exercem influencia no Iraque, na Síria, no Líbano, no Bahrain e Iémen.

Há aqui, portanto, aparentemente dentro do mesmo mundo, realidades diferentes que dispõem de enormes recursos financeiros pois não esqueçamos que 70% das reservas de petróleo estão nesta zona.

Por estes dias, a Arábia declarou guerra ao Iémen cujo Presidente foi afastado por tribos do norte, os rebeldes houthis, que controlam a maioria do país. Ambos os lados têm apoios externos mais uma vez tendo por detrás, sunitas de um lado e xiitas do outro.

O que se passa na Síria é uma catástrofe humanitária que julgávamos impossível. Uma guerra de 4 anos, mais de 210.000 mortos, 76.000 só no ano de 2014, o pior de todos, e mais de 4 milhões de refugiados.

Quando Bush pai invadiu o Iraque para desalojar Saddam Hussein do Kuwait, teve o bom senso de regressar a casa deixando-o no poder a conselho do seu Secretário de Estado Dick Cheney em 1990.

Anos mais tarde, em 2003, o seu filho, combinado com Tony Blair, 1º Ministro Britânico e um figurante, Durão Barroso, que era chefe de governo em Portugal, decidiu invadir de novo o Iraque por causa de umas armas secretas que Saddam teria escondido e que nunca apareceram.

 Quando veio embora deixou o vazio e caos político que está na base de toda a presente situação...

À imagem da Europa seguir-se-à a Guerra dos Trinta Anos?

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