quinta-feira, abril 02, 2015

Maldito Dia das Mentiras...
O Dia das Mentiras

















Ontem foi o Dia das Mentiras e tudo começou por brincadeira em França, no reinado de Carlos IX (1560-1574). Até aí o Ano Novo era comemorado a 25 de Março com a chegada da primavera e o renascer da vida na natureza, o que fazia todo o sentido.

Havia, então, festas muito grandes com troca de presentes e bailes até noite adentro, festas que acabavam a 1 de Abril, uma semana depois de terem começado.

Em 1562, o Papa Gregório XIII (1502-1585) instituiu um novo calendário para o mundo cristão – o chamado calendário Gregoriano – em que o Ano Novo caía a 1 de Janeiro.

O monarca francês levou 2 anos para cumprir as ordens do Papa mas os franceses resistiram à mudança ignorando-a ou esquecendo-a e continuaram a comemoração na data antiga.

Estes conservadores, adeptos do calendário anterior, começaram a ser gozados chamando-se-lhes os “bobos de Abril” recebendo convites para festas que não existiam a par de presentes estranhos.

Esta galhofa, com o tempo, tornou-se no Dia das Mentiras tendo passado, 2 séculos mais tarde, para Inglaterra e daqui para o mundo.

Nós aqui em Portugal temos sempre cumprido fielmente com o Dia das Mentiras e, mais grave ainda, passamos das simples brincadeiras a mentiras muito sérias, como foi o caso do BES, a maior mentira de sempre de Portugal, quiçá do mundo.

O seu mentor, Ricardo Salgado Espírito Santo, tornou-se, por direito próprio, o maior mentiroso de que há memória, equivalente apenas a D. Afonso Henriques quando mentiu ao Papa sobre a batalha de Ourique.

Não tinha sido mais que uma escaramuça, igual a tantas outras em que Afonso Henriques, como era de seu hábito,  andava sempre envolvido. Assaltava e roubava os povos mouros, que por ali viviam e transformou-a depois numa enorme batalha, uma grande vitória para a cristandade, o que terá sido muito importante para que o Papa passasse a aceitar a vassalagem de Portugal que até aí era prestada a Castela.

Esta terá sido a primeira grande mentira que fez com que o nosso país, de certa maneira, tenha nascido de uma enorme peta...

A segunda, foi a de Ricardo Salgado que conseguiu convencer não só o Papa, mas o país e o mundo inteiro que geria um grande Banco, herança de família, quando ele não era  mais, desde o pós 25 de Abril, do que um monte de dívidas que estalaram agora, muitas delas, nas mãos de pessoas já em fins de vida que acreditaram nas suas mentiras e ficaram sem nada daquelas que foram as economias de uma vida de trabalho.

A dimensão desta dívida, deste falso império financeiro, correspondeu a uma colossal mentira medida por milhares de milhões - ninguém sabe bem quantos -  está marcada por um país que é o nosso, e que permitiu que ela nascesse, crescesse e deflagrasse sem que ninguém tenha sido preso.

Ricardo Salgado é, neste momento, o homem mais profundamente odiado e excomungado, principalmente, por um número imenso de concidadãos directamente por ele afectados.

Com esta raiva e ódio profundos nunca outro se lhe equiparou. Uma dessas pessoas, Tereza Guilherme, que lidera com êxito o programa da TVI, “A Casa dos Segredos”, outra “mentira” ou melhor, nojo televisivo, deve ter enriquecido com o dinheiro ganho na convivência com os idiotas dos concorrentes,  foi agora, também ela, vítima do Ricardo Salgado.

Remoendo calmamente as palavras, que não é o seu hábito de falar, diz que há duas espécies de pessoas: as Boas e as Más. As primeiras vão para o céu e as segundas para o inferno já que o purgatório para este efeito não conta.

De acordo com a Tereza Guilherme, Ricardo Salgado, não irá nem para um nem para outro, para nenhum deles, porque Ricardo Salgado não é pessoa, é uma Não Pessoa, não tem sítio para onde ir.

Claro que há um sítio para onde ele ir que Tereza não diz, talvez com medo de que o seu prejuízo com Salgado ainda possa aumentar.

O jornalista de economia do Jornal Expresso, João Vieira Pereira, afirma a certo ponto na sua crónica, e passo a transcrever:

 - "Volto a perguntar mais uma vez, e peço desculpa pela redundância, mas irei escrevê-lo até que os dedos me doam: quando é que alguém é preso pelo que se passou em todo o processo de queda do BES?"

É que, meus amigos, nesta coisa das mentiras, há mentiras e mentiras, mentirosos e mentirosos:

 - Em Inglaterra, por exemplo, num recuado dia 1 de Abril, de 1958, apareceu uma notícia no jornal de que havia uma árvore no país que dava esparguete... mas, mentirosa adorável, a minha neta de 2 anos a quem perguntei, quando ela vinha a subir as escadas: quem vem lá? e me respondeu: é o papá e só a insistência minha é que ela respondeu: é a Mati (Matilde).

Vejam lá, pouco mais que bebé e já tem o sentido do trocadilho. Ri às gargalhadas e faz covinhas junto  da boca ... é adorável!

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