Biografia autorizada |
O
Livro que nos envergonha
Passos
Coelho mandou uma funcionária escrever um livro sobre a sua pessoa, a que
chamaram de biografia, e na qual ele aparece descrito em tons cor-de-rosa,
muito ao sabor daqui lo que o “meu
povo gosta” e na qual a mensagem forte é esta:
- “Eu sou de Massamá, sou
um dos vossos, nasci predestinado para vos guiar, a minha mulher sofre de um
cancro e isso faz-me igual a todos aqueles que sofrem pela doença de uma pessoa
querida da família.
Não
sou pessoa de iates, repito, sou de Massamá, não da linha do Estoril, sou do
povo, amigo do meu amigo, confiável, sei zelar pelas vossas contas e jamais vos
deixarei cair na banca-rôta.”
Este
livro, escrito em estilo melodramático procura construir o culto de uma
personagem que quer a nossa confiança, a nossa entrega, uma personagem que
mente por omissão, que esconde, que passa uma esponja pela nossa memória
recente como se não fosse ele o mesmo Passos Coelho que nos governou desde
2011.
O
Passos Coelho que nos impingiu o seu amigo Relvas, objecto de escárnio por todo
o lado quando o mandavam ir estudar e recentemente fez o elogio público de Dias
Loureiro, neste momento empresário falido e suspeito desse caso de polícia que
foi o BPN.
O
Passos Coelho que em toda essa biografia não fala do seu curriculo profissional
e académico, do seu antigo patrão Ângelo Correia, do parceiro de coligação,
Paulo Portas, do Presidente Cavaco Silva... nada. Tal como nos tempos de Stalin
foi à fotografia e apagou-os todos.
Este
livro é a cereja em cima do bolo de uma relação com os portugueses a quem
mentiu, desrespeitou e enxovalhou desde o princípio, desde o momento em que os
mandou embora, apontando aos jovens a porta da emigração como a grande
oportunidade das suas vidas, e os acusou de serem os responsáveis da situação
financeira a que se chegamos por terem gasto para além das suas posses.
Enxovalhou-os
quando decidiu, sem qualquer explicação prévia que demonstrasse consideração e
respeito, transferir para os trabalhadores a totalidade dos descontos para a
Segurança Social e se permitiu fazer considerações sobre este assunto de tanta
relevância à saída do Tivoli onde tinha ido à festa do Paulo Carvalho cantar
com ele a canção da Nani...
Não,
esta política não é uma fatalidade em consequência da situação resultante do
Acordo da troyka, não, esta é uma política feita por convicção, é o caminho que
ele traçou para o futuro dos portugueses e que quer continuar.
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