terça-feira, maio 12, 2015

Biografia autorizada
O Livro que nos envergonha



















Passos Coelho mandou uma funcionária escrever um livro sobre a sua pessoa, a que chamaram de biografia, e na qual ele aparece descrito em tons cor-de-rosa, muito ao sabor daquilo que o “meu povo gosta” e na qual a mensagem forte é esta:

 - “Eu sou de Massamá, sou um dos vossos, nasci predestinado para vos guiar, a minha mulher sofre de um cancro e isso faz-me igual a todos aqueles que sofrem pela doença de uma pessoa querida da família.

Não sou pessoa de iates, repito, sou de Massamá, não da linha do Estoril, sou do povo, amigo do meu amigo, confiável, sei zelar pelas vossas contas e jamais vos deixarei cair na banca-rôta.”

Este livro, escrito em estilo melodramático procura construir o culto de uma personagem que quer a nossa confiança, a nossa entrega, uma personagem que mente por omissão, que esconde, que passa uma esponja pela nossa memória recente como se não fosse ele o mesmo Passos Coelho que nos governou desde 2011.

O Passos Coelho que nos impingiu o seu amigo Relvas, objecto de escárnio por todo o lado quando o mandavam ir estudar e recentemente fez o elogio público de Dias Loureiro, neste momento empresário falido e suspeito desse caso de polícia que foi o BPN.

O Passos Coelho que em toda essa biografia não fala do seu curriculo profissional e académico, do seu antigo patrão Ângelo Correia, do parceiro de coligação, Paulo Portas, do Presidente Cavaco Silva... nada. Tal como nos tempos de Stalin foi à fotografia e apagou-os todos.

Este livro é a cereja em cima do bolo de uma relação com os portugueses a quem mentiu, desrespeitou e enxovalhou desde o princípio, desde o momento em que os mandou embora, apontando aos jovens a porta da emigração como a grande oportunidade das suas vidas, e os acusou de serem os responsáveis da situação financeira a que se chegamos por terem gasto para além das suas posses.

Enxovalhou-os quando decidiu, sem qualquer explicação prévia que demonstrasse consideração e respeito, transferir para os trabalhadores a totalidade dos descontos para a Segurança Social e se permitiu fazer considerações sobre este assunto de tanta relevância à saída do Tivoli onde tinha ido à festa do Paulo Carvalho cantar com ele a canção da Nani...

Não, esta política não é uma fatalidade em consequência da situação resultante do Acordo da troyka, não, esta é uma política feita por convicção, é o caminho que ele traçou para o futuro dos portugueses e que quer continuar.

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