segunda-feira, maio 25, 2015

Mapa da Península Ibérica (Clik para aumentar)















Como vamos fazer a leitura dos resultados das eleições autárquicas em Espanha?

Vamos por partes:

- Houve um acréscimo de votos relativamente às últimas eleições congéneres o que significa que as pessoas refugiaram-se na democracia para provocarem mudanças na condução política dos seus destinos ao nível das instituições de proximidade, das que estão mais perto, as autarquias.

- As maiorias absolutas, as que representam, às vezes, autênticos muros de betão na defesa de interesses que se fecham dentro de si e decidem mais em função dos seus interesses egoístas do que da comunidade, sofreram uma razia.

- Na hora das eleições as pessoas que vinham protestando foram coerentes, não tanto como se esperaria um ano atrás, mas mesmo assim em número suficiente para “estragar os arranjinhos” de poder de forças políticas tradicionais.

- O PP, direita tradicional em Espanha, conseguiu salvar-se de uma derrota que chegou a ser esperada. Tendo sido o partido mais votado perdeu, contudo, todas as maiorias absolutas que tinha e com isso o poder porque agora tudo tem de ser negociado e partilhado.

- O eleitorado de direita em Espanha ficou tranquilo, ele acha que os políticos conservadores têm com eles afinidades genéticas, uma espécie de cumplicidade que os levará sempre a defender os seus interesses.

 - Ciudadanos e Podemos foram as duas novas forças políticas que entraram em cena trazendo consigo, para todos os insatisfeitos da sociedade, uma esperança nova de mudança, não só para os espanhóis, como também para os europeus do Sul porque o desemprego jovem em Espanha atinge os 40% e é indispensável corrigir políticas europeias de desenvolvimento.

São pessoas novas, empenhadas, inteligentes, com uma forma de estar na sociedade mais saudável,  mais política, pessoalmente menos interesseira.

A Espanha sofre, desde de sempre, de um problema de nacionalismos herdado da sua história, dos antigos Reinos, também ele inscrito na génese da nacionalidade portuguesa pois começamos por ser dependentes do Reino de Castela. Histórias antigas que agora já não vêm ao caso...

Estas divisões que ainda hoje existem em Espanha e que têm que ser resolvidas respeitando as diferenças, aumentando o poder das regiões através do poder autonómico e reservando para o Estado Central espanhol as funções de soberania.

Espera-se o contributo dos Ciudadanos e do Podemos para ajudar a resolver esta situação e a manter a Espanha politicamente unida e, bem assim, contribuir a nível europeu, para diminuir as desigualdade entre os países do Norte e do Sul aumentando a solidariedade entre todos eles numa Europa que está em construção e precisa de contributos desta gente jovem e formada numa escola nova sem os vícios da velha.

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