Murais nas ruas de Atenas. |
Das fraquezas,
força.
Vamos sempre bater no mesmo, tanto aqui ,
em Portugal, como na Grécia: pensões e salários de funcionários públicos, o
grosso das Despesas Públicas, estão no centro da austeridade.
A nossa ministra das Finanças, Maria Luís afirma, a poucos
meses das eleições, que vai cortar 600 milhões nas pensões, incluindo as que
agora estão a ser pagas e que já foram reduzidas nos últimos 4 anos em 762
milhões.
Quando se diz uma coisa destas a meia “dúzia de dias” das
eleições a um eleitorado que é em grande parte, 2,5 milhões, constituído por
pensionistas e reformados é porque, uma vez eleita, corta mesmo e acabou-se.
É exactamente o que se passa na Grécia, não com a Maria
Luís lá do sítio, mas com os credores. Não chegam as reformas que o Governo de
Tsipras pretende fazer se elas não incluírem cortes nas pensões, no número de
funcionários públicos e respectivos ordenados.
Isto constitui para Maria Luís em Portugal e Credores na
Grécia, a verdadeira austeridade e sem ela não há mais empréstimos para os
gregos nem metas orçamentais cumpridas para os portugueses.
Estamos perante a ditadura dos números, frios e
indiferentes aos dramas humanos dos mais pobres e ao esvaziamento da classe média
que foi a produtora de riqueza e desenvolvimento do país.
Não haverá saída fora deste dilema?
Tsipras faz das fraquezas força e afirma que entre pagar a
prestação ao FMI ou os salários e pensões aos seus cidadãos, opt a pelos últimos porque já não tem dinheiro para os
dois.
Tsipras na Grécia e Costa em Portugal dizem que a receita
da austeridade, em qualquer um dos dois países, provocou desemprego, emigração,
pobreza e fome e que continuar com ela só poderá ter como resultado mais
desemprego e mais pobreza tanto lá como cá.
E o que dizem os donos do dinheiro?
- Que a vida é assim, a superação das crises passa pelos
sacrifícios de uns para a salvação de outros no futuro e não há que fugir...
O que diz o economista-chefe do FMI para a Grécia e para
Portugal é lacónico e taxativo:
“O sistema de reformas e pensões é demasiado generoso e
ainda há funcionários públicos a mais”.
Atenas recusa e já disse que não vai pagar porque não tem
dinheiro, dinheiro que os credores lhes deviam emprestar conforme estava
acordado ao que estes respondem: emprestamos sim senhor mas cortem nas pensões
e nos salários.
- Assim seja!
posted by Joaquim Paula de Matos at 3:17 da tarde
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