sexta-feira, maio 08, 2015

O grande vencedor.
As Eleições Inglesas















Será que os ingleses são imprevisíveis ou as empresas de sondagens em Inglaterra simplesmente incompetentes?

Ontem, o meu Jornal de sempre, dizia-me que os Trabalhistas estavam a um ponto percentual dos Conservadores, um dia antes das eleições, um empate técnico, diziam eles.

Hoje, o meu Jornal, diz que à boca das urnas, as projecções dão 316 deputados para os Conservadores e 239 para os Trabalhistas, uma autentica banhada...

O que é que aconteceu com os ingleses de um dia para o outro? – Dormiram mal? – Tiveram pesadelos? – O futuro assusta-os?

A Inglaterra é um país naturalmente conservador no seu espaço rodeado de água por todos os lados vivendo muito compenetrado nas suas tradições seculares que incluem aquela realeza que a nós, europeus republicanos, nos fazem sorrir por lembrar as histórias dos reis e princesas que as nossas avós nos contavam.

E depois, eles choram, riem, comovem-se se um deles morre ou se aqueles dois casam, sem esquecer os tiros de canhão para assinalar os nascimentos dos príncipes ou das princesas.

Eu era rapazinho quando, em 1957, Isabel II visitou Lisboa. Lembro-me bem... ficou admirada com o branco dos cavalos que puxavam a carruagem que a foi esperar, era então Presidente da República, o General Craveiro Lopes.

-  “E eu a pensar que os meus cavalos eram brancos antes de ver os teus”... terá ela dito, admirada, para o General.

Julgo mesmo que este terá sido um dos momentos altos da visita: o branco dos cavalos.

Mas a sério, para nós portugueses, depois daquela história do Ultimato por causa do Mapa Cor- de- Rosa em África, é muito difícil gostar deles, isto se tivermos memória histórica.

A outra alternativa é tentar compreendê-los na força das suas tradições que os moldaram e fizeram deles por um determinado período da história a maior potência comercial, marítima e militar, aquele país europeu que em qualquer ponto do globo via o sol nascer saudado pela sua bandeira. Gabavam-se e era verdade.

Eu admiro os ingleses nas suas qualidades e detesto-os nos seus defeitos como pertence a um latino.

Vamos esquecer aquele momento triste para Portugal, a 11 de Janeiro de 1890 em que eles ameaçaram bombardear Lisboa se nós não cedêssemos às suas exigências em África. Bebemos, então, até à última gota o cálice da humilhação.

Vingámo-nos, logo de seguida, com o Hino Nacional de Alfredo Keil através do qual “contra os canhões marchámos... marchámos”, mas a verdadeira vingança veio mais tarde, muito mais tarde, em Julho de 2004 quando os eliminámos nos quartos-de-final, no Campeonato Europeu de Futebol, derrotando-os no desempate por grandes penalidades depois do 2-2 do tempo regulamentar com o guarda-redes Ricardo a defender sem luvas o penalti marcado por Ashley Cole e a fazer ele, guarda-redes, o remate da vitória aos 119 minutos para supremo gáudio dos lusitanos.

Bem feito para aprenderem a não fazer ultimatos!

Mas é preciso perceber uma coisa importante, os ingleses não fazem nada por mal... apenas defendem os seus interesses da forma que julgam mais inteligente, mas nem sempre ganharam. Por exemplo, perderam a colónia que tinham na América do Norte mas foram os grandes responsáveis “dando o peito às balas” na luta contra a Alemanha nazi, com “sangue, suor e lágrimas” como disse Winston Churchill que perdeu estas mesmas eleições para os Conservadores depois de ter dado a vitória à Inglaterra na II G.G. Mundial.

Talvez os ingleses sejam mesmo imprevisíveis e o mal não esteja nas empresas de sondagens...


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