quarta-feira, julho 08, 2015

É assim, na Grécia.
O Dilema
















Viver de dinheiro emprestado que vale muito e agora sai às pinguinhas das caixas multibanco, quando sai, ou com muitas notas na carteira que pouco ou nada valem fora da Grécia, e que são as dracmas, é o dilema em que os cidadãos gregos se encontram.

Por isso, a fotografia daquele senhor, já de certa idade, sentado no chão encostado á parede de um banco, a chorar a sua desgraça convulsivamente.

Que pode fazer um cidadão completamente impotente, já velho, provavelmente doente contra uma situação que se assemelha a um tsunami em termos de calamidade natural?

Deixemos desenrolar os acontecimentos... serão apenas mais uns dias.

Os gregos, para uns, serão uns heróis, para outros, inconscientes mas alguns começam a preparar-se para mudanças radicais:

 - “A nossa loja, que está na família há 40 anos, já só vende artigos gregos mas temo por alguns doces que são feitos com açúcar importado e relativamente ao qual há dificuldades de fornecimento mas é porque há quebras de stock porque houve pessoas que compraram à maluca”.

Fala-se com os gregos e é tudo “conforme”... a realidade é fabricada pela perspectiva que cada um tem.

Por exemplo:

 - Tsipras é um corajoso ou um manipulador?

 - E as instituições europeias são terroristas ou beneméritas?

 - E a saída da Grécia do euro vai ser um desastre ou uma salvação?

Para cada uma destas perguntas a resposta é sempre: ... "conforme”.

Os gregos gostam de conversar, fazer perguntas, reflectir com os outros.

Voula, que tem 39 anos, faz 40 no próximo sábado, insiste em pagar o café à jornalista e vai dizendo:

- “Foi nestas ruas que caminhou Sócrates e nasceu a dialéctica...” e também os sofistas... está-lhes no sangue.

Com salários em atraso a quererem pagar os cafés?

Shaueble, o Ministro das Finanças alemão, veria nisto um sintoma do problema grego mas ela responde:

 - “Temos uma bela ilha, somos boas pessoas e ainda estamos a rir...”

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