quarta-feira, agosto 12, 2015

É isto, não há que inventar...
Alternativa

de Confiança








A semana passada, aqui no Memórias Futuras, e a propósito das gafes cometidas nos cartazes do PS, com as senhoras que estavam desempregadas e emigradas quando, afinal, estavam a trabalhar e a viver em Lisboa, disse aquilo que parecia óbvio ao bom estilo dos romances de detectives, sigam o rasto da mulher ou do dinheiro.
Neste caso: sigam as sondagens, e o que dizem elas? - que o povo português prefere, por larga margem, para 1º Ministro, António Costa a Passos Coelho.
Sendo assim, havia apenas que pegar na figura do líder do Partido Socialista, pespegá-la num cartaz, em grande plano e acrescentar: António Costa, o 1º Ministro que os portugueses preferem.
Quando a mensagem é óbvia não há que inventar e muito menos complicar porque mesmo que aquelas senhoras dos cartazes estivessem efectivamente desempregadas e emigradas, o desemprego e a emigração forçada são situações, mais esta do que aquela que, infelizmente, fazem parte da história do país, atingem todos, ninguém está cómodo com este fenómeno que se liga, praticamente, à vida de toas as famílias portuguesas.
Foi, portanto, uma dupla asneira: na concepção e na execução que levou, e muito bem, à demissão do responsável pela campanha do Partido.
Quando, nestes momentos importantes, há colaboradores que nem sabemos se são do partido ou simplesmente pessoas pagas para trabalhar, se sentem “mentes privilegiadas” há sempre o risco de coisas destas acontecerem se o responsável não se mantiver de cabeça fria e atenta.
António Costa pode não ser aquela figura que transmite, como António Guterres, ternura e proximidade, que despertava de imediato luzinhas verdes de simpatia mas, a confiança que António Costa desperta, é mais do que suficiente para qualquer um lhe comprar um carro a ele e não a Passos Coelho e muito menos ao oportunista Paulo Portas.
António Costa nasceu e mergulhou na política mas, pelo meio, tirou um Curso de Direito onde revelou dotes de inteligência referidas pelo insuspeito Marcelo Rebelo de Sousa, que foi seu professor na Faculdade, trabalhou três anos como advogado tendo, a partir daí, desempenhado cargos governamentais e autárquicos na Câmara de Lisboa para a qual foi eleito Presidente com a maior percentagem de votos de sempre.
Sabemos que o nosso grau de autonomia política e financeira ligados a uma Europa subjugada aos interesses da Alemanha, é estreito, mas entre António Costa e Passos Coelho existem diferenças que não são apenas de estilo e hoje, quando olho à minha volta, sinto-me despojado de tudo quanto era nosso, percebo que essa foi a vontade do actual 1º Ministro e não, propriamente, uma consequência inevitável da herança que recebeu do anterior governo.
Como português, sinto-me desamparado com Passos Coelho, lançado por um caminho de interesses desconhecidos, alheios, como se estivesse a perder o chão debaixo dos pés.
Reafirmo que para um e para o outro, a margem de autonomia financeira é estreita mas António Costa sabe onde está o mal e promete lutar com o seu partido no Parlamento e junto de outros governos para tentar influenciar o destino da Europa num rumo mais favorável aos nossos interesses e não acomodar-se a uma política de austeridade com a qual, afinal, Passos Coelho está de acordo. 

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