1945 –
Eu já por cá andava e teria entrado, nesse ano, para a
escola primária mas, o Portugal de Salazar, neste extremo da Europa, tinha
escapado ao conflito e levantava as mãos à Srª de Fátima, agradecendo por lhes
ter dado um ditador que as livrara da guerra.
Dizem que Hitler, chegado aos Pirenéus na sua campanha
de ocupação militar dos países europeus, teria dito, que a partir de ali era Marrocos
e não justificava o avanço dos seus tanques.
De qualquer maneira, os dois tiranetes que ali mandavam,
aliados entre si pelas suas ideias, mantiveram-se sempre colaborantes do regime
Nazi.
Mas, estamos em 1945, e para trás tinham ficado 60 milhões
de mortos, cidades completamente arrasadas e era natural, então, uma sensação
de alívio relativamente às bombas que durante meses e meses tinham semeado a
morte e a destruição vindas dos céus.
Hitler, prevendo a humilhação que seria o seu fim,
matou-se em 30 de Abril de 1945,
a 6 de Agosto caía, em Hiroxima, a primeira bomba atómica
e uns dias mais tarde, a 2 de Setembro, a guerra acabava oficialmente.
O poder destruidor da bomba atómica de Hiroxhima e, 3
dias depois, de uma segunda em Nagasaki, foi tal que deve ter metido medo a
toda a gente, incluindo os próprios americanos que as lançaram.
Mas então, para quê duas bombas? Não teria bastado a de
Hiroshima?
- A devoção dos chefes militares do Exército
nipónico para com o sei Imperador e ao seu compromisso de vencer ou morrer, era
tão forte que, mesmo depois da primeira bomba tinham decidido continuar a
combater, o que teria levado o Presidente Harry Truman a autorizar o lançamento
da segunda bomba.
Diz-se, agora, que a rendição do Japão era inevitável. O
bloqueio aéreo e naval estava a asfixiar o país de tal maneira que, dizem
alguns historiadores, mais um ano de guerra teria equi valido
a 7 milhões de civis mortos á fome, muitos mais que os cerca de 250.000 mortos
das duas bombas.
São estas duas bombas atómicas, uma de urânio e outra de
plutónio, bombas que nunca mais voltaram a ser lançadas, tal o seu efeito, que fizeram daquele oficial que acompanhava sempre o
Presidente dos EUA com a mala dos códigos para a autorização de um ataque atónico, a imagem mais tenebrosa da década de 50.
Estava lançada uma nova era dos conflitos entre os
homens que já não punha só em causa países mas povos inteiros e a própria
humanidade.
Por isso, Robert Oppenheimer, responsável científico do
projecto, recitou uns versos de um livro sagrado indiano, que dizia: - “Eu sou
a morte e a destruição dos mundos”.
Era um autêntico salto para o abismo em termos de
destino da humanidade. Todo o mundo ficou expectante, era como, se de repente, no
meio de uma luta de arcos e flechas, tivesse aparecido um soldado a dar um tiro
com uma arma de pólvora, só possível pelos deuses se terem intrometido no
conflito dos homens.
Ninguém, à data, compreendia a tecnologia das bombas atómicas,
era um segredo bem guardado mas, sendo algo ao alcance do entendimento humano,
mais cedo ou mais tarde outros o ficariam a saber, como veio a acontecer.
Seguia-se a Gerra Fria que só viria a terminar com o
desmantelamento da União Soviética em 1991.
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