terça-feira, agosto 18, 2015

Perto da 


Ingovernabilidade?











Por aquilo que se ouve aos responsáveis dos dois maiores blocos em confronto para as próximas eleições legislativas, parece que sim.

Restariam novas eleições que também não garantiriam um vencedor absoluto e o impasse ameaçaria a viabilidade do país.

Mas os portugueses não são gente de rupturas. Não fosse a instabilidade e descontentamento da classe dos capitães do Exército em 1973 e não teria havido nenhum 25 de Abril de 74 em Portugal.

Nós somos mais de “comer e calar” como diz o povo e de suicidas temos pouco – isso é mais coisa de ricos – até porque aquilo que temos é muito pouco... não valeria a pena.

Claro que uns e outros, na disputa eleitoral, não podem dizer outra coisa, é o acicate para o voto e por mais que as sondagens apontem para empate técnico, o pedido irá continuar a ser, de um e do outro lado, de maioria absoluta por incompatibilidade de génios...

Infelizmente, nem sequer nos podemos dar a esses luxos e se for necessário, a Srª Merkel acabará por pôr os pontos nos is e dizer quem, afinal, manda no país...

As forças vivas do país estão atentas e a corda parte sempre pelo lado mais fraco que, neste caso, como sempre, são os que representam o “peso morto”: os reformados, pensionistas, desempregados de longa duração, doentes, velhos e as crianças.

A economia que gera a riqueza não permite gastar muito dinheiro e já há muita gente com o olho na nossa dívida.

O crescimento é lento, mesmo que os nossos exportadores se esforcem, e estão a esforçar-se, num mundo extraordinariamente competitivo como se percebe agora pela decisão da China de baixar o valor da sua moeda e do Real, do Brasil, valer cada vez menos, as coisas não estão fáceis.

A europa, de quem mais directamente dependemos, continua individualista, indecisa, com os governos mais preocupados com os seus eleitorados e a manutenção no poder, do que com a política comum europeia.

As margens para decisões em Portugal continuam muito estreitas e governar, nestas circunstâncias, não pode ser aliciante, pelo que, no fundo, o que está em causa, é a luta entre clientelas políticas e quanto mais tempo um partido estiver no poder mais os interesses dessa clientela se enraízam na tentativa de se eternizarem à volta das mesmas pessoas e das mesmas famílias.

Como dizia Eça de Queiroz, um dos mais argutos observadores da sociedade portuguesa: "as fraldas e os políticos devem ser mudados com frequência... pelas mesmas razões!" - Começam a cheirar mal...

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