terça-feira, setembro 08, 2015

Falo agora ou falo mais tarde?
Deve Sócrates
Dar Entrevistas?














Sócrates saiu de Évora onde estava em prisão preventiva e foi enviado para casa em prisão domiciliária com polícia à porta.

Não pode receber visitas de pessoas com ele relacionadas no processo de que é apenas suspeito, mas não está impedido, por lei, de dar entrevistas.

A menos de um mês das eleições, a importância e o impacto de uma entrevista que ele, eventualmente, venha a dar, amplamente publicitadas, de certo, em tudo o que for meio de comunicação social, levanta um mundo de expectativas.

Deve ou Não, Sócrates, dar entrevistas antes de 4 de Outubro?

Esta foi a pergunta feita a 50 personalidades conhecidas todas elas do grande público, que se pronunciaram maioritariamente pelo Sim, ou Dependendo da própria vontade de José Sócrates.

Menos de um terço pronunciou-se desfavoravelmente embora não lhe recusando o direito de se defender, tanto mais que afirma ser um preso político.

Para os visitantes do Memórias Futuras que já conhecem o meu pensamento político, se a pergunta me fosse formulada, responderia, um pouco, na linha da Manuela Moura Guedes que está nos meus antípodas políticos:

 - “Não me interessa se ele dá ou não entrevistas, o que eu pretendo é que o PS e António Costa percam!”

Ora eu, que sempre votei PS e simpatizo com António Costa, na linha de pensamento de Moura Guedes, antes de me pronunciar, faço uma pergunta:

- Se Sócrates falar antes das eleições poderá dizer alguma coisa que, objectiva ou subjectivamente, ajudem António Costa e o PS a ganhar?

Se sim, acho que deve falar. Caso contrário, não.

Deverá aguardar o resultado das eleições e depois continuará a dizer tudo o que entender em sua defesa, como é de sua justiça, muito embora saibamos que será em Tribunal, no contraditório, entre os advogados e o Ministério Público, que as coisas se resolverão em termos de inocente ou culpado quando a sentença for pronunciada.

Para mim, agora, o que é importante e prioritário é a vitória de António Costa preocupado que estou com os interesses, dignidade e respeito pelos meus concidadãos.

Até à data, só me lembro de uma voz admitir a hipótese de que uma entrevista dada até ao dia 4 por Sócrates pudesse ser favorável à campanha de Costa, uma única.

Todas as restantes, e a minha própria, vão no sentido de que desfocar as atenções dos meios de comunicação, televisão e jornais da campanha do PS, ainda mais do que elas já estão pela simples vinda de Sócrates para a prisão domiciliária em casa da sua ex-mulher, em Lisboa, é prejudicar o Partido Socialista tendo em vista as próximas eleições.

José Sócrates é o que é, e está como está, por causa do PS, na qualidade de militante e de seu ex-Secretário Geral. A sua vida confunde-se com a do Partido Socialista como a de nenhum outro militante à excepção de Mário Soares e, portanto, das duas uma:

 - Ou ele tem uma extraordinária confiança na sua intervenção e entra com ela na campanha para ajudar à vitória do Partido;

- Ou remete-se para já ao silêncio e aguarda as eleições.

Desta sua decisão e do que dela vier a resultar dependerá a sua qualidade de político e de socialista.

Fora disto, será apenas mais um cidadão que quer, com razão ou sem ela, salvar a pele com prejuízo para o Partido Socialista.

Em Portugal, o Partido Socialista é o único da esquerda moderada que luta sozinho contra os partidos de direita quando estes se coligam, porque lhes dá vantagens em termos de mandatos para o Parlamento.

Contra si, tem igualmente o Partido Comunista que ataca o Partido Socialista com mais fervor do que propriamente os partidos da Coligação que disputam o poder e fá-lo, porque os seus militantes e simpatizantes, nunca votarão neles mas talvez, à ultima da hora, se deixem tentar pelo voto útil no PS.

Por isso, um encarniçamento muito especial para o PS, seu verdadeiro inimigo na disputa dos votos, que não em termos de propostas para as soluções dos problemas do país, nas votações parlamentares.

António Costa dispensa bem, no actual contexto da disputa eleitoral contra os partidos da direita, a intromissão de Sócrates.

Já lhe chegam os BE(s) e os comunistas.

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