segunda-feira, outubro 05, 2015

A República, de que o nosso presidente não gosta.

Dia da Implantação


da República











Não voltaremos a ter outro Cavaco. Por isso, não sei se devo recomendar um rápido esquecimento ou, pelo contrário, um registo na memória colectiva deste país para que jamais um homem sonso, cínico, egoísta, inculto, nos possa voltar a liderar, ainda por cima por um tão largo período de tempo, naquele que foi o maior equívoco dos portugueses na escolha de um governante, que sempre se acoitou à sombra dos oportunistas e interesseiros que o serviram para se servirem dele.

O homem que chegou a preencher e assinar uma ficha para ingressar nos Quadros da PIDE, que condecorou inspectores desta polícia política do tempo do fascismo enquanto repudiava personalidades como Saramago, Prémio Nobel da Literatura, José Afonso, que viveu e representou o puro ideal da liberdade do 25 de Abril, para além de ter sido o maior músico e letrista da língua portuguesa, e o Capitão Salgueiro Maia que liderou em Lisboa a revolta do Movimento das Forças Armadas e, não fora o seu heroísmo, coragem e bom senso, tudo poderia ter terminado num banho de sangue.

Pois bem, este homem, que assistiu impávido e sereno à eliminação do feriado do 5 de Outubro, para que nós não pensássemos que teria sido por descuido ou distracção, recusou-se agora a estar presente na chefia das cerimónias oficiais de comemoração da nossa República, alegando mais uma das suas desculpas mentirosas, ele que não merece ser o Presidente… da República!

A nossa forma de governo é uma República e a data da sua instauração é lembrada no Artº 11 da Constituição: 5 de Outubro de 1910.

Está lá escrito no texto porque é um dia importante, uma data fundadora para que nos lembremos de quem somos e quais os valores em que acreditamos e defendemos.

É verdade que é um símbolo, um símbolo da nossa memória histórica, daquilo que fomos, daquilo que somos como comunidade e, de tão significativo que é, celebra-se ao mais alto nível, pelo Presidente da República, no dia 5 de Outubro, como refere explicitamente a Constituição do país.

A República tem uma conotação grande com liberdade, interesse público, igualdade perante a lei e, ao contrário da Monarquia, que ela derrubou, para ela o nascimento não trás direitos especiais.

A República pugna pelos direitos conquistados e condena os privilégios herdados.

Cavaco, é um filho do povo, não está ligado a privilégios de heranças genéticas, mas há sempre entre a populaça uns mais deslumbrados que vêm para rua ver passar as carruagens engalanadas dos reis e das princesas.  


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