Padrão de Sta Iria na Ribeira de Santarém (1775) |
Cidade de
Santarém
Lenda de Santa Iria
Conta a
história que na antiga Nabância (Tomar) nasceu Iria, uma bela jovem que desde
cedo descobriu a sua vocação religiosa e entrou para um mosteiro.
Esta região da
Península Ibérica era governada pelo príncipe Castinaldo, cujo filho Britaldo
tinha por hábito compor trovas junto da igreja de S. Pedro.
Um dia, Britaldo viu
Iria e ficou perdidamente apaixonado pela jovem, caindo doente, em estado febril
e desesperado.
Reclamava a presença da jovem insistentemente e, apesar de lhe
dizerem que o seu amor era impossível, insistiu na sua presença.
Os pais temendo
o pior trouxeram-lhe a jovem que lhe pediu que a esquecesse, porque o seu
coração e o seu amor eram de Deus.
Britaldo concordou sob a condição de que Iria
não pertencesse a mais nenhum homem. Passados tempos, Britaldo ouviu rumores
infundados de que a jovem tinha atraiçoado a sua promessa e amava outro homem.
Despeitado, seguiu-a num dos seus habituais passeios ao rio Nabão e ali a
apunhalou, atirando-a à água. O corpo de Iria foi levado pelas águas até ao
Zêzere e daí ao Tejo, vindo a ser encontrado junto da cidade de Scalabis
(Santarém), encerrado num belo sepulcro de mármore.
O povo rendeu-se ao milagre
e a partir de então a cidade passou a chamar-se de Santa Iria e mais tarde
Santarém.
Cerca de seis séculos mais tarde as águas do Tejo voltaram a abrir-se
para revelar o túmulo à rainha D. Isabel, que mandou colocar o padrão que ainda
hoje se encontra na Ribeira de Santarém, para que o milagre não fosse
esquecido.
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