Cada povo pensa sempre qualquer coisa à cerca de si próprio e dá para o exterior uma imagem que leva os outros a pensarem, igualmente, qualquer coisa deles que pode não ser o mesmo. Ideias que se foram formando ao longo do tempo com as vicissitudes da história.
Por exemplo, nós pensamos que os franceses
são chauvinistas, no sentido de que gostam demasiado de si próprios, se levam
em demasiada linha de conta, não obstante as humilhações porque passaram
durante a ocupação alemã na última Grande Guerra.
De concreto, recordando a história, sei que
nos roubaram e trataram muito mal a quando das invasões francesas, no tempo do
Napoleão, com a desculpa de que ajudávamos os nossos aliados ingleses, seus
inimigos figadais.
Por outro lado, não me posso esquecer que a
maior concentração de compatriotas meus vivendo no estrangeiro, está
exactamente em Paris, para onde fugiram com uma trouxa de baixo do braço, a partir da década de
sessenta, para sobreviverem à asfixia do regime de Salazar.
Assim, estou dividido. Tenho razões para
gostar e outras para não gostar e já nem sequer falo de que quando nasci, no
final dos anos trinta e do começo da guerra, o que se dizia era que os bebés –
os ricos - vinham de Paris no bico de uma cegonha, os outros, os pobres, viriam
da barriga das mães.
Pois bem, na passada sexta-feira, à noite, fiquei
sem dúvidas: os franceses são chauvinistas, e eu que já tinha percebido isso e
os "detestava" por essa razão, repito, nesse dia, à noite, fiquei muito orgulhoso
e só me deu foi vontade de me juntar a eles a cantar a marselhesa, - o mais
lindo hino nacional do mundo – à saída do estádio de futebol, no França –
Alemanha onde, minutos antes, também um compatriota meu, que trabalhava num
táxi, tinha sido barbaramente assassinado.
Sou português, sou francês, sou europeu,
faço parte da sociedade ocidental.
- Vive la France!
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