Está tudo dito... |
Lula da Silva
Lula da Silva volta ao poder, não pelo voto
dos brasileiros mas a convite da sua amiga Dilma Rousseff, para se resguardar
de uma eventual prisão no âmbito de averiguações relacionadas com a operação
Lava-Jato.
O Juiz Moro, responsável pela investigação
e ordens de prisão preventiva a inúmeras figuras políticas denunciadas
por terem recebido dinheiro da Petrobrás – já li mais de dois mil milhões de
euros – vê-se, assim, impedido de tomar uma eventual decisão de prisão
preventiva ao suspeito Lula da Silva porque o cargo de Ministro lhe dá
imunidade.
A responsabilidade de uma tal decisão passa
para o Supremo Tribunal cujos juízes parecem ser pessoas da confiança de Lula...
No entanto, para que tudo ficasse em “pratos
mais limpos” o juiz Moro, da 1ª Instância, que tem o processo, decidiu mostrar
aos brasileiros as escutas telefónicas em que Dilma e Lula, há semanas atrás, combinavam
entre si o recurso a este artifício legal para proteger Lula.
O Brasil, aproxima-se assim de uma vulgar “República
das Bananas”, e um homem destinado a ficar na história política do país pelas
melhores razões, acaba, desacreditado, por ficar pelas piores.
Seixas da Costa, nosso diplomata, embaixador no
Brasil de 2005 a
2009, emitiu a opinião de que ele terá gasto a “bala de prata” reservada para
as situações desesperadas, e Bagão Félix, sempre comedido nas palavras,
chamou-lhe “uma vergonha”.
Há sempre um momento na vida de certos político
em que a verdadeira dimensão do seu carácter se revela.
Aconteceu, agora, com Lula da Silva e está a
acontecer, igualmente, com José Sócrates.
Ambos terão tomado decisões acertadas à frente
dos seus governos, ganharam crédito e admiração, parece que tinham já o lugar
assegurado no altar das figuras públicas dos respectivos países e depois...
- Lula caiu agora desse altar e Sócrates balança,
balança e, se vier a ser condenado, estatela-se a todo o comprimento no chão da
sua reputação de homem político.
O pior juiz de um político será ele próprio
pelas suas palavras e afirmações:
-“Um ladrão pobre quando apanhado vai para a
prisão mas se for rico vai para ministro.”
Palavras terríveis, estas, saídas há anos da boca de
Lula da Silva e que agora se lhe ajustam como fato feito à medida.
O povo brasileiro, com tudo isto que se está a
passar, sente-se triste e desiludido.
Lá, como cá, as elites das nossas sociedades
não nos prestigiam. Eles, que deviam ser a nata, em vez de darem o exemplo,
envergonham-nos.
Tudo o que acontece em sociedades democráticas em que os principais políticos são eleitos é da
responsabilidade de quem vota e, por isso, também a nossa consciência nos pesa um pouco, mas... quem iria adivinhar?
E mesmo que a justiça venha a actuar, e espera-se que sim, a mancha fica sempre.
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