Ela é uma lutadora... |
Impeachment para cá...
Impeachment para lá...
Há uns anos atrás, já bons, estive dez
dias no Brasil, em João
Pessoa , a cidade e o local de toda a costa brasileira mais
perto de Portugal e nunca esquecerei o espectáculo magnífico do pôr-do-sol ao
som do bolero de Ravel.
Antes dessa visita tinha viajado até ao
Rio de Janeiro para a passagem do ano de 1995/96 na praia da Copacabana. Poderia
ter assistido aos festejos da janela do Hotel, na marginal do Rio, mas preferi
descer à rua para viver mais de perto aqueles momentos das doze badaladas da
entrada do Novo Ano.
No momento certo, um milhão de pessoas
saem do calçadão e invadem a praia de Copacabna com seis qui lómetros
de extensão e foi aí que recebi um abraço de um carioca de camisa
impecavelmente branca de garrafa de champanhe e duas taças na mão.
Um abraço de fraternidade de um irmão
brasileiro num brinde caloroso. Naqueles momentos todos éramos irmãos e eu
senti-me verdadeiramente irmanado porque aquele abraço estava carregado de
sinceridade e calor humano.
O grupo pequeno de familiares que me tinham acompanhado, ao longo da vida, em
todas as restantes passagens do ano, naquele 1995/96, foi substituído por um
Brasil inteiro.
É muito difícil não gostar daquela gente
que sem nos conhecer abraçam-nos efusivamente... mesmo sendo em momento
festivo!
Mas o Brasil é uma realidade tão grande,
dispersa e complexa que devemos perguntar sempre de que Brasil estamos a falar.
Percebi, em João Pessoa ,
diferenças, fruto de realidades sociais e culturais a que eu e eles pertencíamos
o que não impediu, no entanto, um clima de enorme simpatia, evidente e espontâneo,
por falarmos a mesma língua.
O impeachment, palavra esqui sita, não tira Dilma das notícias dos jornais. Ele
é um processo legal e constitucional de correr com ela.
Mas o mais grave de tudo isto é que a
sociedade brasileira se encontra numa grave situação de rupt ura social, em grande parte provocada pela corrupção
– Mensalão e Petrolão – que arrasta consigo, como se vê agora pela operação
Lava-jacto, quase toda a classe política brasileira.
Lá como cá, como em todo o lado, mais nuns
que noutros..., os cidadãos são vítimas dos seus líderes como se todos eles, mesmo vivendo no mesmo espaço, fossem corpos estranhos.
posted by Joaquim Paula de Matos at 3:55 da tarde
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