A Vitória do Imperador
A Profecia da Normanda
Episódio Nº 12
Desagradado, enunciou uma imediata decisão. Sancha e Teresa iriam para Guimarães e viveriam na sua corte!
Elvira manteve-se calada,
esperando instruções quanto ao seu destino individual, mas Afonso Henriques
parecia ter-se esquecido dela e já planeava o futuro.
Uma ideia começara a
germinar no seu espírito, iria construir um novo castelo, para mostrar aos
galegos e aos leoneses que as suas pretensões eram intensas.
Edificando uma fortificação
em Celmes, o local escolhido, garantia que seu primo Afonso VII não avançaria
sobre aqueles disputados domínios.
- Será Gonçalo de Sousa o
alcaide desse novo castelo portucalense!
Ao escutar tal nome, Elvira
murmurou:
- Vejo que continuais ciumento...
Anos antes, Gonçalo de Sousa
tentara seduzi-la, como fazia com todas as mulheres que conhecia, mas ela não
lhe dera troco. Porém, Afonso Henriques tinha receio de que aquele divertido
amigo lhe pudesse ganhar ascendente nos afectos da normanda.
Ao nomeá-lo para Celmes
afastava essa ameaça.
- Veremos se o Trava me
ataca! – exclamou o príncipe.
A normanda de formas volupt uosas riu-se e picou-o:
- A mim é que ele me atacou...
Aborrecido, Afonso Henriques
interrogou-a com ligeira aspereza:
- Haveis tido vontade de vos
dar ao Trava?
Então, Elvira levantou-se do
banco e aproximou-se dele, ficando de pé à sua frente, alta e poderosa.
- Sois o meu único amigo, meu príncipe. Além
disso estamos no Advento. Para os cristãos, não é tempo dessas coisas.
Afonso Henriques levantou-se
também e pela primeira vez nasceu-lhe um sorriso no rosto. Eram quase os dois
da mesma altura, dois imponentes exemplares da espécie humana.
Sois normanda, os vossos
deuses são menos austeros.
Elvira Gualter ficou de
repente muito séria.
- Tive um sonho.
Vira o príncipe de Portugal
montado num cavalo alado, negro como breu. As estrelas dançavam à volta dele,
mil inimigos cercavam-no, mas do céu caiu um raio que tocou na lança do filho
do conde Henrique, que com ela venceria uma tremenda batalha.
Os cães do mal tombariam à
frente dele, as flechas do fogo apagar-se-iam aos seus pés, as mulheres
cavaleiras encontrariam nele a agonia e os corvos iriam dançar sobre cadáveres
malditos, anunciando um novo reino!
Elvira parecia em transe, os
seus olhos estavam vidrados, o seu rosto tenso, e terminou a declaração com um
murmúrio.
- Os meus deuses do Norte tudo sabem!
O príncipe, fascinado por
aquelas palas palavras místicas, só no final da fantástica descrição é que
perguntou:
- Elvira, Normanda, serei rei de Portugal?
A rapariga riu-se,
desfazendo a rigidez que lhe assolara a cara.
Aproximou-se dele e em
movimentos rápidos deixou cair a camisa, a saia, as roupas interiores,
revelando a sua nudez.
Afonso Henriques admirou
aquele corpo monumental, mas não avançou de pronto, o que a levou a afirmar:
- Sois o meu rei...
Dando um passo em frente,
Elvira pegou na mão direita dele e colocou-a sobre o seu seio volumoso,
enquanto exigia:
- Tomai-me e comei-me.
Apesar do perfume de
heresia, o convite dela teve o condão de espevitar o príncipe, que, inebriado
de desejo, a possuiu ali mesmo.
Depois, levou-a para o
quarto e tomou-a várias vezes naquela noite.
Quando a madrugada começou a
nascer, Elvira avisou que, se continuassem naqui lo,
iria gerar filhos, tendo o príncipe retorqui do
sem pestanejar:
- Cá estarei para ser pai
deles.
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