Hoje, Dilma, não sorri |
E agora?...
A esta hora Dilma já foi destituída do cargo de Presidente do Brasil, suspensa por 180 dias, não por um golpe de Estado mas por uma instrumentalização da lei, o que, do ponto de vista político, talvez não seja muito diferente.
É uma decisão perigosa para o Brasil, é
um pouco como aqueles jovens, meio-loucos, inconscientes, sedentos de
aventuras, mesmo aquelas que ponham em risco as suas vidas.
O que virá depois de Dilma não se sabe,
rigorosamente ninguém sabe, para além de que o Vice vai subir a Presidente mas,
do ponto de vista social, é uma incógnita e não se espera que seja algo de
melhor, havendo observadores que referem que as rupt uras
são tão grandes que falar de uma guerra civil não será nenhum disparate.
É verdade que já há vizinhos que se
deixaram de falar mas, pessoalmente, não me parece que os brasileiros tenham
muita propensão para guerras civis o que não exclui desordens, confrontos, com a própria
Dilma, no seu discurso depois de exonerada, falar que foi vítima de um golpe de
Estado, ela, que tinha sido eleita democraticamente por 56 milhões de
brasileiros, e se vê agora destituída do poder, apelando ao povo para ir à luta.
O Brasil parece uma sociedade em desagregação. Durante
alguns anos, no tempo de Lula da Silva, com os proveitos do petróleo a preços
escandalosamente altos “taparam-se buracos”, distribuindo apoios sociais às
pessoas mais carenciadas que lhes melhoraram a qualidade das suas vidas, mas o
benefício durou apenas enquanto existiu dinheiro.
Esta visão de curto prazo pode ser
suicidária porque aguça o apetite das pessoas tornando mais difícil o regresso às
dificuldades anteriores.
Melhora-se hoje sabendo, desde logo, que
vai piorar a seguir, de acordo com o velho ditado português de que “enquanto o
pau vai e vem folgam as costas”...
Um país deve preparar o futuro da mesma
forma que os pais fazem com os filhos, investindo neles em educação e formação
profissional, dando-lhes bases para que eles possam concorrer melhor com os
outros quando forem crescidos.
Sabemos que há opções que não são fáceis
de tomar como pais ou como governantes e sabemos que Lula da Silva se deparou com situações de fome generalizada em algumas regiões às quais procurou atender com
as Bolsas Família.
Como criticá-lo por isso? – A saída
certa será sempre uma solução de compromisso que não sacrificando o presente
também não esqueça o futuro, mas o povo brasileiro terá que ser sempre o
principal autor do seu próprio destino.
Lembro sempre, o que disse o Presidente Kennedy:
-“Não pergunteis o que o Estado pode fazer por vós mas sim o que vós podereis
fazer por ele...”.
Esta mesma pergunta pode ser feita em
todos os países, nomeadamente no Brasil, e da resposta das populações dependerá
o futuro.
Neste momento, a sociedade brasileira
está em polvorosa. O
novo Presidente vai apresentar-se com um novo elenco, gente que vai, com certeza,
ser contestada fortemente e a instabilidade vai instalar-se mais do que nunca.
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