apaixonamos tão
intensamente?
Será que a pessoa
por quem nos apaixonamos é tão melhor que todas as outras a ponto de sofrermos
profundamente quando não somos correspondidos, de tentarmos mesmo o suicídio ou
de provocarmos a morte de um rival?
Que mecanismo é este que nos faz
concentrar numa pessoa como se ela fosse a única em todo o planeta?
Por que desenvolvemos dentro de nós
este aliciante mas perigoso mecanismo?
Ao princípio, julgávamos que era o
coração, depois o cérebro, agora parece ser uma questão de compatibilidade
hormonal.
Todos nos apercebemos quando somos
surpreendidos pelas emoções da atracção sexual. Quase que sentimos o penetrar
da flecha do Cupido a justificar o êxtase de certos momentos quando encontramos
determinada pessoa.
… e sempre assim foi ao longo dos
tempos!
Às vezes, esse momento muda as nossas
vidas, outras não: a vida segue o seu curso e nós ficamos com a impressão que
perdemos a oportunidade de sermos felizes para sempre.
- Para sempre?
Vinícius de Morais, que nestas coisas
do amor era um “expert”, dizia sobre o amor:
- “Que seja eterno enquanto dure…”
Vivemos para o amor e construímos a
nossa vida em função dele. Nascemos para amar e sermos amados. Toda a nossa
anatomia corporal parece ter essa finalidade mas não confundamos paixão com
amor. São sentimentos diferentes:
- As paixões, são turbilhões que nos
desequi libram e, talvez por isso, a
palavra que vem do grego tem o seu radical ligado a doença;
- O amor, tem a ver com os afectos e
dá-nos, pelo contrário, uma sensação de equi líbrio
e bem-estar.
“Nunca somos tão indefesos contra o sofrimento como quando nos
apaixonamos” – Sigmundo Freud.
Ver o seu sorriso, ouvir a sua voz,
observar o seu andar, recordar um momento especial ou um comentário inteligente,
a mais leve percepção de ser amado envia ao cérebro uma onda gigantesca de
excitação à qual todos ficam vergados: poetas, presidentes, académicos,
técnicos: todos embarcam num estado confuso de expectativa, esperança, agonia,
beatitude.
Depois, a paixão diminui e uma nova
sensação invade a mente: - o afecto, e este é o mais esplêndido sentimento –
uma sensação de natural satisfação, de um compartilhar a identidade com outro
ser humano.
... Talvez isso seja
o que mais se aproxima da felicidade que todos procuramos alcançar.
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