Rio... a mais linda cidade do mundo.

Brasil, meu


Brasil


brasileiro...

É difícil perceber como se pode chamar ao Rio de Janeiro de “Cidade Maravilhosa” quando, em 2014, a polícia matou 580 pessoas, mais 40% que nos 12 meses anteriores.

Em 2015, este número aumentou para 645, por acção policial, e já neste ano, essas mortes são 10% superiores a idêntico período do ano passado sendo que, a maior parte dessas pessoas, são negros das favelas.

O Brasil tem o mais alto registo de homicídios do mundo em números absolutos, pelo menos 60.000 pessoas por ano.

Cidade Maravilhosa? – Sim... em beleza natural não há outra, no samba, na alegria e na volúpia dos corpos. Também na simpatia e afabilidade do povo carioca, na praia de Copacabana, que é única com as suas oferendas à deusa Iemanjá.

Mas sem segurança toda a maravilha se esvai como por encanto e não há forma de aceitar o desprezo pela vida dos outros quando, aqui há uns anos, um jovem português, belíssimo estudante, orgulho dos seus pais, foi morto à facada por outro jovem brasileiro apenas para lhe tirar um rádio... podia ter sido pela chave de um automóvel, num outro caso, ou por qualquer outro objecto!

Olhando para as estatísticas e para fotografias da cidade que mostram forças do exército a patrulharem as ruas, apontando armas enquanto os transeuntes caminham descontraidamente pelas favelas, parece evidente que a violência, com tudo o que lhe está agregado, é o dia-a-dia daquela cidade em determinados locais, pelo menos.

Bairros de prédios de gente rica convivem vis-a-vis com favelas de gente pobre num contraste que, para um visitante, pelo menos, é chocante e, inevitavelmente, vai traduzir-se em violência.

Podiam estar longe, em zonas distintas, onde uns não viam os outros, mas não nesta cidade, onde riqueza e pobreza são vizinhas, nasceram, precisamente, ao lado uma da outra, em jeito de provocação.

As profundas desigualdades sociais cobram um preço tremendo e só há que responsabilizar as elites pela corrupção, como agora se está a perceber mais em profundidade.

O dinheiro é açambarcado, distribuído entre os políticos, por quase todos eles, em vez de ser aplicado em investimento público no benefício das populações.

Neste momento, circulam as noticias, a Justiça parece estar a actuar e isso será de grande vantagem para toda a sociedade brasileira.

Liberdade de Imprensa e Justiça a funcionarem são prova de grande maturidade democrática e a melhor defesa para o despotismo dos coronéis que sempre espreitam situações para justificarem o exercício do poder sem controle.