É uma palavra querida dos portugueses utilizada em todas as situações
em que as coisas não correm bem.
Não somos competentes ou incompetentes, somos azarentos ou
sortudos...
Passamos uma vida a dizer: “Graças a Deus” e a implorar a ajuda do
Senhor, de tal forma que a nossa cultura está impregnada de negócios com o Além
numa interligação céu/terra que não é fácil de destrinçar.
Ontem, tivemos azar, perdemos 2 a 0 com os suíços, na terra deles.
Eu vi o jogo, e confirmo o azar do Nani que em frente da baliza,
ainda agora não sabe bem como, não conseguiu cabecear para o golo.
E o que é que eu vi mais? – Uma equi pa
suíça, sortuda, que jogou extremamente concentrada, que não teve um deslize na
defesa mostrando-se completamente intransponível, excepção feita, àquele
momento em que, por competência de Quaresma, a bola é enviada, “redondinha”,
para o azarento do Nani falhar o golo.
Aos jogadores agrada-lhes esta linguagem que é condizente com os
beijinhos na relva à entrada nos campos, e que a própria imprensa estimula:
- “ ...
Numa noite de infelicidade para a Selecção Nacional...”.
- ... “Tivemos dois
lances infelizes e essa foi a chave do jogo...”, diz o Nani, como remate final.
No futebol, tal como na nossa vida e na do país, ou somos felizes
ou não há nada a fazer... estamos na mão dos astros e esperamos que eles nos
protejam.
Há meia dúzia de dias fomos Campeões Europeus em resultado da
nossa competência futebolística.
Ontem, perdemos por dois a zero com a Suíça, não
porque tivéssemos sido incompetentes, jogámos até muito bem, mas porque fomos
azarentos.
No próximo estágio da Selecção Nacional dispensamos o Fernando
Santos que, desta vez, declarou a sua incapacidade para nos fazer felizes e
contratamos um conselho de Bruxas porque, estas coisas da sorte e do azar, é com
elas!
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