Inteligente, mas um boçal a falar... |
Jorge Jesus
Jorge Jesus começa a ser uma “marca” no futebol português. O seu
estilo é inconfundível e único: esbraceja, grita, salta, alisa a sua farta
cabeleira grisalha, discute com os árbitros e acaba, muitas vezes, expulso, a
ver os jogos da bancada, o que ele considera de grande prejuízo para a equi pa pois fica privada das suas orientações dadas
ao longo da linha directamente aos jogadores...
Se o futebol fosse uma matéria científica, JJ seria um professor,
lente de uma Faculdade e as suas palavras e conselhos seguidas
religiosamente... mas não é!
O futebol não passa de um jogo que tem regras como qualquer outro
e, pelas suas características, fundamentalmente, porque os Clubes onde ele se
joga desempenham o papel das antigas tribos, arrebata multidões apaixonadas,
uma pequena parte, mesmo, doentia.
Ontem, por exemplo, no estádio da Luz, do Benfica, mais de 68000
adept os acompanharam o jogo que se
realizou às 16H00, estabelecendo um recorde de assistência, num apontamento
elucidativo da dimensão da “nação” benfiqui sta.
O Sporting, depois de estar a ganhar 3 a 0 ao Guimarães, num jogo
bem conseguido, deixou-se empatar... Azar, dizem uns... azar, é cair de costas
e partir o nariz... respondem outros!
Sorte ou competência? Os comentadores e analistas para conferir
dignidade ao seu papel, vão pela competência.
Se um jogador mete mal o pé quando chuta a bola e a enfia na própria
baliza, o que é: azar ou aselhice? – e aquele outro, cuja bola ressalta no seu
corpo e marca golo, é sorte ou competência?
Aqui , reside boa parte
do aliciante deste jogo e que, por exemplo, nada tem a ver com o ténis ou
snooker, em que situações deste tipo dão até lugar a um pedido de desculpas ao
adversário...
Por isso, um é desporto popular e o outro de elites.
Para Jorge Jesus, nada acontece por acaso, tudo sai da sua cabeça,
previsto, treinado e ensinado. Ele come, dorme, viaja, sempre a pensar no
futebol com o qual, ele próprio, se confunde.
Não muda, não mudará, é assim mesmo, ele próprio o diz. Aceitem-no ou, então, não o
contratem.
O adept o apaixonado
pela equi pa que ele treina adora-o,
os outros detestam-no, numa relação de amor ou ódio.
É assim o futebol, é assim Jorge Jesus, nasceram um para o
outro...
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