Em Novembro de 1990, os operários que trabalhavam numa parte da antiga Jerusalém encontraram uma caverna usada como sepulcro, fechada desde o ano 70 d.C., quando da destruição da cidade pelos romanos. No ossário, achou-se o nome em aramaico Caiaphas, com os ossos dos membros da família do Sumo Sacerdote, ali colocados após a decomposição da carne. Ossários eram usados pelas famílias judaicas de elite e, talvez reflictam a crença na ressurreição.
O ossário é decorado com dois círculos, formados por
seis rosetas de cada. Mencionam-se ali diversos membros da família, como Miriam
(Maria), Shalom (Salomé), Shimon (Simão), Iehosef (José), Caiapha (Caifás), e nele encontraram-se ossos de duas crianças, um menino adolescente, uma mulher
adulta e um homem de cerca de 60 anos, provavelmente o Sumo Sacerdote Caifás,
citado nos evangelhos de Mateus e João.
A tumba, relativamente simples, indica sua origem
modesta, o que coincide com a narrativa evangélica, pois Caifás teria chegado
ao Sumo Sacerdócio graças a seu casamento com a filha de Annás, Sumo Sacerdote
entre 6 e 15 D.C.
Considerando as outras sepulturas de elite do mesmo local e
época, chama atenção a alta mortalidade infantil: das pessoas enterradas, 40%
não chegaram ao qui nto ano de vida e
63% não alcançaram a adolescência.
Outra constatação interessante, relativa à tumba de
Caifás, é que uma mulher da família tinha a moeda de Agripa (42/43 D.C.) na
boca, reflectindo o costume grego ligado ao pagamento do personagem mitológico
Caronte, barqueiro encarregado de levar a alma do defunto para o mundo dos
mortos. Isso mostra o ecletismo cultural da época, prevalecendo mesmo na
família do Sumo Sacerdote.
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