quarta-feira, outubro 19, 2016

Caifaz

Cultura Geral







O OSSÁRIO DE CAIFÁS











Em Novembro de 1990, os operários que trabalhavam numa parte da antiga Jerusalém encontraram uma caverna usada como sepulcro, fechada desde o ano 70 d.C., quando da destruição da cidade pelos romanos. No ossário, achou-se o nome em aramaico Caiaphas, com os ossos dos membros da família do Sumo Sacerdote, ali colocados após a decomposição da carne. Ossários eram usados pelas famílias judaicas de elite e, talvez reflictam a crença na ressurreição.

O ossário é decorado com dois círculos, formados por seis rosetas de cada. Mencionam-se ali diversos membros da família, como Miriam (Maria), Shalom (Salomé), Shimon (Simão), Iehosef (José), Caiapha (Caifás), e nele encontraram-se ossos de duas crianças, um menino adolescente, uma mulher adulta e um homem de cerca de 60 anos, provavelmente o Sumo Sacerdote Caifás, citado nos evangelhos de Mateus e João.

A tumba, relativamente simples, indica sua origem modesta, o que coincide com a narrativa evangélica, pois Caifás teria chegado ao Sumo Sacerdócio graças a seu casamento com a filha de Annás, Sumo Sacerdote entre 6 e 15 D.C. 

Considerando as outras sepulturas de elite do mesmo local e época, chama atenção a alta mortalidade infantil: das pessoas enterradas, 40% não chegaram ao quinto ano de vida e 63% não alcançaram a adolescência. 

Outra constatação interessante, relativa à tumba de Caifás, é que uma mulher da família tinha a moeda de Agripa (42/43 D.C.) na boca, reflectindo o costume grego ligado ao pagamento do personagem mitológico Caronte, barqueiro encarregado de levar a alma do defunto para o mundo dos mortos. Isso mostra o ecletismo cultural da época, prevalecendo mesmo na família do Sumo Sacerdote.

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