segunda-feira, dezembro 05, 2016

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O Pikaia
A Mãe de Todas


as  Histórias

















O  PIKAIA




O Processo Evolucionário da Vida no Planeta Terra, que bem pode ser considerado uma história, ou melhor, a Mãe de Todas as Histórias, começaria assim:

… Era uma vez, um pequeno animal, que há mais de 500 milhões de anos atrás vivia nos mares do Câmbrico. Teria cerca de 5 cm e muito poucas probabilidades de sobreviver num meio em que a guerra entre presas e predadores já tinha sido declarada.

Este pequeno animal, de seu nome Pikaia, tinha a particularidade de possuir uma espécie de cérebro e de espinha dorsal e embora tenha desaparecido há já muitos milhões de anos foi ele que estabeleceu o modelo anatómico que iria servir de base evolutiva a peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos e, consequentemente, a mim próprio que estou a contar esta história e, para quem gosta de pesquisar sobre os seus antepassados, pois bem, aqui têm o mais remoto,  O PIKAIA.

Ele apareceu no período Câmbrico aquando de uma explosão de vida nos mares então existentes que de há muito eram habitados apenas por esponjas, organismos semelhantes a flores que não têm tecidos nem capacidade para se moverem nem fazerem coisas que associamos aos animais.

Mas terá sido a partir delas que se deu uma revolução genética pois inventaram tipos de células com a capacidade de interagirem, cooperarem e comunicarem entre si constituindo-se em organismos pluricelulares que tinham a capacidade revolucionária do movimento e assim apareceram os Cnidários, que eram também semelhantes a flores como as esponjas mas já possuíam tecidos, boca, nervos, músculos e a capacidade de se moverem e fazerem todas as coisas que identificamos com os animais.

Os Cnidários, que evoluíram, portanto, a partir da estrutura celular das esponjas deram, posteriormente, lugar a um conjunto impressionante de formas de vida entre as quais os primeiros caçadores com um crânio e um cérebro primitivo junto dos órgãos sensoriais

Mas o facto de se ter chegado ao limiar crítico da complexidade genética não foi apenas o único factor que fez despoletar a explosão do Câmbrico. A guerra que então se abriu entre presas e predadores, procurando uns a vantagem de não serem comidos e os outros a vantagem de os comerem, deu lugar à procura desesperada de armamentos, uns de defesa e outros de ataque, numa competição que nunca mais, até hoje, deixou de acontecer e constitui a base de toda a evolução.

Tinha-se acabado a paz das Esponjas e dos Cnidários e há mesmo quem afirme que o início desta guerra foi outro factor que explicou a explosão de vida nesse período, o que não deixa de ser interessante e desconcertante porque, se assim for, permite-nos concluir que a vida está mais ligada à guerra do que à paz.   

Outra razão poderá ainda ter sido uma alteração ecológica com a subida dos níveis de oxigénio que permitiu o aparecimento de animais cada vez maiores com outros níveis e graus de interacção.

Certo é que, num único Salto Revolucionário ocorrido neste período da Terra ficaram definidas as várias concepções de vida que haveriam de evoluir de então para cá, trinta e cinco ao todo.

Variações destes 35 modelos anatómicos foram apenas tudo quanto posteriormente aconteceu embora existam e tenham existido milhões de espécies… e isto, já lá vai meio bilião de anos durante os quais se escreveu uma longa história… a Mãe de Todas as Histórias, escrita nas pedras e começada a ler por Geólogos, Paleontólogos e Arqueólogos e explicada, na sua essência, por Charles Darwin no seu livro A Origem das Espécies.

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