terça-feira, fevereiro 14, 2017

Resultado de imagem para america do NorteOs Vizinhos























Trump e Trudeau, EUA e Canadá, vizinhos, tão próximos e tão diferentes. Trump, racista, xenófobo, inculto, preside, inexplicável e perigosamente, ao país que é “apenas” a única potência mundial.

Trudeau, espírito aberto, diplomata, Chefe do Governo do Canadá, sensivelmente com as mesmas dimensões dos EU mas com uma população dez vezes inferior.

Trump, sabe que é “feio” ser racista e por isso, para justificar a decisão de não deixar entrar no país, imigrantes oriundos de países do Norte de África, de religião islâmica, com excepção daqueles com quem tem negócios, afirma que só quer deixar de fora “as pessoas erradas”  

Trump só teve um mérito: como homem do show business, que é, como quem diz, do entretenimento, soube falar às pessoas erradas para ser eleito Presidente dos E.U.A., mesmo não tendo a maioria dos votos expressos, e ganhando naqueles Estados predominantemente de cidadãos menos esclarecidos mas mais deslumbrados pelo poder e capacidade dos milionários.

A forma completamente diferente como se relaciona com os seus vizinhos do Norte e do Sul é chocante, mesmo que não seja difícil de perceber as contradições entre ele e a pessoa que é Justine Trudeau, chefe do Governo do Canadá, país, também ele, de imigrantes, como o foi o pai de Donald Trump, nos E.U.

Trudeau é um idealista mas também um pragmático, que precisa de um relacionamento, pelo menos normal, com o seu vizinho do Sul, para as trocas comerciais tão importantes para o seu país e, por isso, o seu relacionamento político com Trump..., mas sempre dizendo, ao contrário deste, que “são bem vindos ao Canadá todos as pessoas independentemente do país de origem ou credo religioso”.

Dois homens diferentes, diria mesmo opostos, à frente de países também muito diferentes.

De dimensões idênticas, Canadá e E.U.A. A América tem cerca de dez vezes mais população que o vizinho do Norte e uma fronteira em comum que é a maior do mundo, cerca de nove mil quilómetros. Diferencia-os a origem das suas populações migratórias, uma anglo-saxónica, no caso dos EU, francófona, a do Canadá.

Creio que Trump é um acidente na história do seu país que, tal como nas boas famílias, também está sujeito a que lhe apareça uma “ovelha negra”. Não acredito que ele venha a ser reeleito, como já se está propondo, e esta decisão de proibir a entrada de cidadãos de sete países de religião islâmica, como regra, marcam-no muito negativamente porque, para além de ética e moralmente ser condenável, vai contra os interesses da própria América.

Trump não consegue superar os seus defeitos como homem e fez-se rodear de conselheiros que, escolhidos por si, apenas o “empurram” para este tipo de decisões que o reconfortam no seu âmago. Percebe-se isso na sua linguagem gestual porque, a outra, a falada, é curta e grossa: o homem gosta de impor, de ser obedecido!

Os E.U. só podem sentir-se envergonhados porque isto não está nem na génese e, consequentemente, na índole do seu povo: é uma aberração, uma anomalia. Um dia, a história registará este momento da vida do país como um acidente penoso de recordar mas que pode acontecer quando se atribui a um certo tipo de pessoas tanto poder. Talvez uma lição a reter para o futuro.

Esperamos que o mecanismo da Constituição dos EU, posta agora em prova, resista aos perigos que homens como este representam na vida de um país tão poderoso e decisivo para o mundo como o é a América do Norte.



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