Primeiro, existe um Curador, que é uma espécie de “chefe” do jogo que, mais propriamente, consiste em desafios que vão sendo lançados por esse tal curador, uns após outros e, progressivamente vão conduzindo a vítima até ao suicídio.
Em certas regiões da Rússia, maior país
do mundo, em lugares inóspitos e distantes, para os lados da Sibéria friorenta,
duas jovens atiraram-se de um prédio de 14 andares: “Estavam apenas a cumprir a
etapa Nº 50 dessa espécie de “jogo” a que chamaram de Baleia Azul e tem como
finalidade o suicídio.
Eu sempre pensei que estas coisas das
redes sociais têm o seu grau de perigosidade não obstante reconhecer as
tremendas vantagens de permitir, a partir de um simples Click, colocar as
pessoas em contacto umas com as outras, quebrando muros de silêncio e
isolamento.
Demasiado bom para não ter
inconvenientes para muita gente que não tendo nada que fazer se coloca numa
situação de dependência acrítica daquele “mostrador mágico” e sedutor, que é o computador.
O criador do Baleia Azul, o russo,
Filipe Brudelkin, de 21 anos, foi detido a 14 de Novembro do ano passado, e condenado a 5 anos
de prisão, acusado de responsável moral pela morte por suicídio de 15 pessoas.
É, sem dúvida, um comportamento perigoso
de que podem ser vítimas crianças de 11 e 12 anos que se agarram aos telemóveis
sem acompanhamento e controle dos pais numa relação de vício e dependência.
As mensagens, nesta espécie de jogo, são
desafios que podem começar por: - “desenha num braço uma Baleia Azul...”
Felizmente que duas dessas jovens aliciadas estavam já a
ser acompanhadas por uma psicóloga clínica, porque esse chamado de “curador”vai,
progressivamente manipulando a vítima, enviando-lhe vídeos de agressões e rapt o para despertar o medo com ameaças até às famílias.
Por aqui
se fica a saber que as conversas via telemóvel das crianças, umas com as
outras, não estão isentas de perigos se forem abertas a toda a gente e não
apenas a um grupo restrito de amigos.
Vejo pais a colocarem nas mãos de
crianças de 4 e 5 anos telemóveis com a desculpa que é só para brincarem sem se
aperceberem que aí começa o vício da utilização, primeiro inofensivo, depois
nem tanto...
Eu diria mesmo, que este século em que
estamos a viver é o do telemóvel da mesma forma que o anterior foi o do automóvel,
ambos condicionando as nossas vidas que não teriam sido as mesmas sem eles.
Eu faço parte da última geração de
pessoas que viveu a experiencia do que foi a vida sem e com automóveis e telemóveis.
Mensalmente vou almoçar a Lisboa com os
meus colegas de curso e utilizo o comboio. Ali é evidente como o telemóvel
prolongou as vidas de todas aquelas pessoas que aproveitam o tempo da viagem
para tratarem das suas vidas ou simplesmente conversarem em surdina, de auscultadores nos ouvidos
Eu sinto isso porque na segunda parte da
década de 40, quando fiz as minhas primeiras de comboio, entretínhamo-nos a ver
as paisagens, a ler um livro ou desfolhar revistas.
Agora, mais de metade, fala ao telemóvel
com auriculares nos ouvidos de forma quase impercept ível.
Estou nitidamente a ficar velho...
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