quinta-feira, maio 04, 2017

Resultado de imagem para baleia azulO Desafio da Baleia Azul















Primeiro, existe um Curador, que é uma espécie de “chefe” do jogo que, mais propriamente, consiste em desafios que vão sendo lançados por esse tal curador, uns após outros e, progressivamente vão conduzindo a vítima até ao suicídio.

Em certas regiões da Rússia, maior país do mundo, em lugares inóspitos e distantes, para os lados da Sibéria friorenta, duas jovens atiraram-se de um prédio de 14 andares: “Estavam apenas a cumprir a etapa Nº 50 dessa espécie de “jogo” a que chamaram de Baleia Azul e tem como finalidade o suicídio.

Eu sempre pensei que estas coisas das redes sociais têm o seu grau de perigosidade não obstante reconhecer as tremendas vantagens de permitir, a partir de um simples Click, colocar as pessoas em contacto umas com as outras, quebrando muros de silêncio e isolamento.

Demasiado bom para não ter inconvenientes para muita gente que não tendo nada que fazer se coloca numa situação de dependência acrítica daquele “mostrador mágico” e sedutor, que é o computador.

O criador do Baleia Azul, o russo, Filipe Brudelkin, de 21 anos, foi detido a 14 de Novembro do ano passado, e condenado a 5 anos de prisão, acusado de responsável moral pela morte por suicídio de 15 pessoas.

É, sem dúvida, um comportamento perigoso de que podem ser vítimas crianças de 11 e 12 anos que se agarram aos telemóveis sem acompanhamento e controle dos pais numa relação de vício e dependência.

As mensagens, nesta espécie de jogo, são desafios que podem começar por: - “desenha num braço uma Baleia Azul...”

Felizmente que duas dessas jovens aliciadas estavam já a ser acompanhadas por uma psicóloga clínica, porque esse chamado de “curador”vai, progressivamente manipulando a vítima, enviando-lhe vídeos de agressões e rapto para despertar o medo com ameaças até às famílias.

Por aqui se fica a saber que as conversas via telemóvel das crianças, umas com as outras, não estão isentas de perigos se forem abertas a toda a gente e não apenas a um grupo restrito de amigos.

Vejo pais a colocarem nas mãos de crianças de 4 e 5 anos telemóveis com a desculpa que é só para brincarem sem se aperceberem que aí começa o vício da utilização, primeiro inofensivo, depois nem tanto...

Eu diria mesmo, que este século em que estamos a viver é o do telemóvel da mesma forma que o anterior foi o do automóvel, ambos condicionando as nossas vidas que não teriam sido as mesmas sem eles.

Eu faço parte da última geração de pessoas que viveu a experiencia do que foi a vida sem e com automóveis e telemóveis.

Mensalmente vou almoçar a Lisboa com os meus colegas de curso e utilizo o comboio. Ali é evidente como o telemóvel prolongou as vidas de todas aquelas pessoas que aproveitam o tempo da viagem para tratarem das suas vidas ou simplesmente conversarem em surdina, de auscultadores nos ouvidos

Eu sinto isso porque na segunda parte da década de 40, quando fiz as minhas primeiras de comboio, entretínhamo-nos a ver as paisagens, a ler um livro ou desfolhar revistas.

Agora, mais de metade, fala ao telemóvel com auriculares nos ouvidos de forma quase imperceptível.

Estou nitidamente a ficar velho...

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