sábado, dezembro 02, 2017


NUM JORNAL DE ANÚNCIOS 





Este o anúncio:

“Tenho casas para alugar mas somente para cristãos.”


No dia seguinte apareceu um interessado.

O dono das casas, um tipo muito mal educado, perguntou:

- O que é que o senhor deseja?

- Estou querendo alugar uma casa.

- Sei, sei e qual é o seu nome?

- David.

- David, do quê?

- David Rosemberg.

- Não, não e não. Eu não alugo casa para judeu. O senhor não sabe ler? Não?  Não viu o que está escrito no jornal? Só alugo casa para cristão.


- Tá certo, eu vi. Eu sou judeu mas também sou cristão…

- Que é isso, rapaz! Pensa que eu sou idiota? Não existe judeu cristão!

- Mas eu garanto para o senhor: eu sou judeu e sou cristão!

- Ah é? Então eu vou fazer um teste com você e vamos lá ver se é mesmo cristão!

- O que tem dentro de uma Igreja católica?

- A sacristia…

- E que mais?

- Tem o Santo Sudário…

- E que mais?

- Tem o altar…

- E que mais?

- Tem o confessionário.

Jesus é filho de quem?

- De José…

- E de quem mais?

- De Maria.

- E onde nasceu Jesus?

Em Belém.

- Eu sei que foi em Belém. Estou querendo saber do local, da casa?

- Não era uma casa. Era um estábulo.

- E porquê um estábulo?

- Porque naquele tempo já existia um filho da puta como você que não 


alugava casas para judeus!


Os Sinais...













Ele fora sempre um homem profunda e sinceramente religioso, cumpridor dos seus deveres, chefe de família e cristão exemplar. Ao longo da vida nunca tinha falhado uma missa e a sua relação com Deus era coloquial.

Ultimamente, no fim das suas orações, pedia insistentemente:

 - Oh, Deus, quando decidires levar-me avisa-me com antecedência, a máxima que te for possível. Sabes, tenho muitos amigos de quem me quero despedir e há sempre umas coisas de que a gente gostava de fazer por último.

E sempre que ia à Igreja repetia a Deus, empenhadamente, este pedido.

Um dia, de repente, morreu.

Católico impoluto, subiu ao céu e São Pedro o foi receber pessoalmente às portas do paraíso.

 - Venho muito zangado, diz ele. Pede a Deus para me receber: quero falar com ele.

 - Vou ver se ele te pode atender… e deixou-o só.

 - De regresso diz-lhe: Anda comigo, ele vai falar contigo.

Frente a frente, o bom homem desabafa:

 - Em vida, tinha-te feito um pedido com toda a insistência para que me avisasses com antecedência da minha morte e, afinal, de repente,  sem mais nem menos, levaste-me sem nenhum aviso. Fui sempre um servo teu, fiel e respeitador, não merecia que me fizesses isto…

Responde Deus:

 - Mas, estás a ser muito injusto:

- Lembras-te de quando te apareceram os teus primeiros cabelos brancos?

 - Sim, lembro.

 - Lembras-te quando puseste a primeira prótese para substituir os dentes que, entretanto, tiveste que arrancar?

 - Sim, lembro.

 - Lembras-te dos óculos que tiveste de comprar para poderes continuar a ler o teu jornal com o cafezinho da manhã que não dispensavas?

 - Sim, lembro.

 - Lembras-te das tuas dificuldades de audição de que a tua mulher reclamava por ter de repetir tudo até ouvires?

 - Sim, lembro.

 - Lembras-te das palavras que a tua memória começou a recusar-te e te levava a dizer que ficavam debaixo da língua?

 - Sim, lembro.

- Lembras-te das dores e achaques que começaste a sentir um pouco por todo o corpo?

 - Sim, lembro.

 - E lembras-te das referências subtis que a tua mulher te fazia por espaçares cada vez mais as relações sexuais?

 - Sim, lembro.

 - E acusas-me de que não te avisei??

Obs. - A natureza é sábia.

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