Ernâni Lopes
Vi recentemente o Prof. Ernani Lopes dar uma entrevista na TV no quadro duma conferência sobre o tema da sua especialidade, a resposta das empresas à globalização que teve lugar no CCB.
A minha primeira reacção ao vê-lo foi de choque face aos resultados dos tratamentos da quimioterapia que fez ou ainda está a fazer, situação para a qual, de resto, já me tinas alertado, mas tal como tu também me disseste, a força e a convicção das suas palavras rapidamente fazem esquecer tudo o resto.
Ouvindo-o, parece haver uma receita simples para o sucesso dos nossos agentes económicos e para o futuro do nosso país, bem, simples não direi, mas pelo menos possível, o que é melhor que nada pois significa que está na nossa mão.
O nosso país tem os problemas, as deficiências e os atrasos que tem, é pequeno, e deduzi que num futuro próximo, ele trabalha com um horizonte de 20/25 anos, corre o risco de perder qualquer expressão no contexto europeu, mais ou menos esquecido aqui no extremo do continente, se não for prosseguida uma estratégia que passa por sermos ponte de ligação entre Europa, África e Brasil.
Se somos capazes de desempenhar ou não esse papel, neste momento, ele não sabe dizer mas quando chegarmos ao fim do 1º quartel deste século logo se saberá.
Irá ser uma página a escrever que faz todo o sentido que seja escrita porque se inscreve na continuidade do que foi o nosso passado de contactos por esse mundo fora tirando partido de características que desenvolvemos e do que aprendemos na sequência de múltiplos contactos estabelecidos, uns que procurámos, outros resultantes da nossa posição ribeirinha.
Quanto ao tecido económico, a globalização não o atrapalha e se ela é incontornável o melhor é vê-la como um desafio em vez de um obstáculo e para que os empresários sejam bem sucedidos ele tem a receita:
- Reestruturação permanente das empresas que consiste em baixar os custos, subir a facturação e aumentar o trabalho num processo contínuo que é menos difícil nas pequenas e médias empresas do que nas grandes.
Depois temos os sectores ou talvez melhor as áreas onde ele considera que os nossos investidores têm que apostar:
-Turismo, não na perspectiva do imobiliário mas num conceito muito mais abrangente que passa por vender todos os serviços nos quais as pessoas possam estar interessadas;
-O Mar, com todas as actividades a ele ligadas a que ele chamou de clusters, pois não faz sentido com o papel que esse mar já teve para nós, num país tão pequeno mas com quase 1000 km de costa atlântica, não seja objecto da atenção dos investidores com aquilo que hoje são com os recursos da Ciência neste campo;
-O Ambiente, que deixou de ser olhado como factor que entrava e dificulta investimentos mas, em vez disso, potenciador de geração de riqueza;
-Investir nos” velhos e ricos” do norte da Europa, a expressão é dele e fazer com eles o que a Espanha já faz há muitos anos e que eu próprio como qualquer outro português pode testemunhar aqui próximo, no sul de Espanha, mas para isso ele alerta que é indispensável garantir meios e recursos de qualidade para atender aos problemas de Saúde e da Segurança sem os quais eles não vêm;
-Apostar nas Cidades e olhar para elas não apenas como centros consumidores de riqueza mas também, elas próprias, geradoras de riqueza e de negócios;
-Finalmente, apostar nos produtos de valor acrescentado;
Em resumo, tudo vai depender dos portugueses, não dos que desfilam nas ruas reivindicando subsídios mas dos que têm imaginação, competência, ambição e coragem para correr riscos.
É preciso voltar a sair de Portugal à procura de nichos de mercado que, com certeza, é mais fácil encontrar lá fora, do que num espaço tão pequeno como o do nosso país.
Veja-se o Sr. Luís Filipe Vieira que em vez de vender património para endireitar o Clube embarca hoje para a China para ir vender a marca Benfica aos chineses como o Real Madrid já o tinha feito anteriormente.
Bem se pode dizer: clientes precisam-se. Só que eles não caem do céu, é necessário, cada vez mais uma política comercial agressiva sustentada por produtos e serviços de qualidade, competitivos, novos e que suscitem, eles próprios, novas necessidades.
Os portugueses aprenderam com os árabes a serem comerciantes, tiveram neles bons professores. Hoje, vender é uma técnica, uma Ciência, as qualidades inatas continuarão sempre a ser muito importantes, o chamado “jeitinho para o negócio”.
Gostei de ouvir o Prof. Ernani Lopes que em minutos, com as suas qualidades didácticas e a sua grande capacidade de síntese que não lhe permite desbaratar palavras, disse, em meia dúzia de minutos, coisas aparentemente simples, quase óbvias mas importantes e decisivas para desbloquearem o nosso futuro.
Uma rápida recuperação é o que lhe desejo.
A minha primeira reacção ao vê-lo foi de choque face aos resultados dos tratamentos da quimioterapia que fez ou ainda está a fazer, situação para a qual, de resto, já me tinas alertado, mas tal como tu também me disseste, a força e a convicção das suas palavras rapidamente fazem esquecer tudo o resto.
Ouvindo-o, parece haver uma receita simples para o sucesso dos nossos agentes económicos e para o futuro do nosso país, bem, simples não direi, mas pelo menos possível, o que é melhor que nada pois significa que está na nossa mão.
O nosso país tem os problemas, as deficiências e os atrasos que tem, é pequeno, e deduzi que num futuro próximo, ele trabalha com um horizonte de 20/25 anos, corre o risco de perder qualquer expressão no contexto europeu, mais ou menos esquecido aqui no extremo do continente, se não for prosseguida uma estratégia que passa por sermos ponte de ligação entre Europa, África e Brasil.
Se somos capazes de desempenhar ou não esse papel, neste momento, ele não sabe dizer mas quando chegarmos ao fim do 1º quartel deste século logo se saberá.
Irá ser uma página a escrever que faz todo o sentido que seja escrita porque se inscreve na continuidade do que foi o nosso passado de contactos por esse mundo fora tirando partido de características que desenvolvemos e do que aprendemos na sequência de múltiplos contactos estabelecidos, uns que procurámos, outros resultantes da nossa posição ribeirinha.
Quanto ao tecido económico, a globalização não o atrapalha e se ela é incontornável o melhor é vê-la como um desafio em vez de um obstáculo e para que os empresários sejam bem sucedidos ele tem a receita:
- Reestruturação permanente das empresas que consiste em baixar os custos, subir a facturação e aumentar o trabalho num processo contínuo que é menos difícil nas pequenas e médias empresas do que nas grandes.
Depois temos os sectores ou talvez melhor as áreas onde ele considera que os nossos investidores têm que apostar:
-Turismo, não na perspectiva do imobiliário mas num conceito muito mais abrangente que passa por vender todos os serviços nos quais as pessoas possam estar interessadas;
-O Mar, com todas as actividades a ele ligadas a que ele chamou de clusters, pois não faz sentido com o papel que esse mar já teve para nós, num país tão pequeno mas com quase 1000 km de costa atlântica, não seja objecto da atenção dos investidores com aquilo que hoje são com os recursos da Ciência neste campo;
-O Ambiente, que deixou de ser olhado como factor que entrava e dificulta investimentos mas, em vez disso, potenciador de geração de riqueza;
-Investir nos” velhos e ricos” do norte da Europa, a expressão é dele e fazer com eles o que a Espanha já faz há muitos anos e que eu próprio como qualquer outro português pode testemunhar aqui próximo, no sul de Espanha, mas para isso ele alerta que é indispensável garantir meios e recursos de qualidade para atender aos problemas de Saúde e da Segurança sem os quais eles não vêm;
-Apostar nas Cidades e olhar para elas não apenas como centros consumidores de riqueza mas também, elas próprias, geradoras de riqueza e de negócios;
-Finalmente, apostar nos produtos de valor acrescentado;
Em resumo, tudo vai depender dos portugueses, não dos que desfilam nas ruas reivindicando subsídios mas dos que têm imaginação, competência, ambição e coragem para correr riscos.
É preciso voltar a sair de Portugal à procura de nichos de mercado que, com certeza, é mais fácil encontrar lá fora, do que num espaço tão pequeno como o do nosso país.
Veja-se o Sr. Luís Filipe Vieira que em vez de vender património para endireitar o Clube embarca hoje para a China para ir vender a marca Benfica aos chineses como o Real Madrid já o tinha feito anteriormente.
Bem se pode dizer: clientes precisam-se. Só que eles não caem do céu, é necessário, cada vez mais uma política comercial agressiva sustentada por produtos e serviços de qualidade, competitivos, novos e que suscitem, eles próprios, novas necessidades.
Os portugueses aprenderam com os árabes a serem comerciantes, tiveram neles bons professores. Hoje, vender é uma técnica, uma Ciência, as qualidades inatas continuarão sempre a ser muito importantes, o chamado “jeitinho para o negócio”.
Gostei de ouvir o Prof. Ernani Lopes que em minutos, com as suas qualidades didácticas e a sua grande capacidade de síntese que não lhe permite desbaratar palavras, disse, em meia dúzia de minutos, coisas aparentemente simples, quase óbvias mas importantes e decisivas para desbloquearem o nosso futuro.
Uma rápida recuperação é o que lhe desejo.
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