terça-feira, junho 09, 2009

Operação “FIM DE REGIME”
(Documento Confidencial)


Relatório da Operação:


MISSÃO:

- Instalar em Lisboa controlando os acessos ao Banco de Portugal, Companhia Portuguesa Rádio Marconi e Terreiro do Paço, estabelecer ligação com o PC na sede de ligação Fox Trot 2.

EXECUÇÃO:

- Conceito de Operação – Deslocar na madrugada de 25ABR74 um Esq. Rec., 10 Viaturas Blindadas e um Esq. de Atiradores a 160 homens com 12 Viaturas de Transporte de Pessoal, 2 Ambulâncias e um Jeep. Estas Forças devem iniciar o movimento pelas 03H00 e deslocarem-se o mais rapidamente possível afim de entrarem em posição ainda esta noite.


- DESENROLAR DA ACÇÃO:



Pelas 23h30, fui informado pelos Tens. Cavª. Santos Silva e Sardinha que um contacto do Movimento se encontrava na Pastelaria Bijou, tendo-me deslocado ao referido local encontrei o Sr. Capitão de Cavª. Valente e ADM. MIL. Torres que conduzi ao meu carro, tendo posteriormente estacionado em frente ao portão Chaimite na rua que conduz ao liceu.

Nessa altura recebi a Ordem de Operações assim como outras directivas. Durante o espaço de tempo que durou o contacto, fui vigiado e posteriormente seguido por dois homens que se deslocavam num Toyota Corola novo de cor amarela e matrícula LA-90-83.

No dia 24, pela manhã, foram contactados os primeiros Furriéis Mils. visto que a ideia da manobra era só do conhecimento de cerca de 6 oficiais do Quadro Permanente e 3 Oficiais Milicianos. Os Furriéis Mils. mostraram-se totalmente colaborantes e prontos a contactar outro pessoal.

Como a Escola estava vigiada pela D.G.S. e a fim de não se mostrar algo de diferente no movimento normal os graduados aliciados entraram no Quartel à civil e individualmente até ao fechar da Porta de Armas pelas 21H30, dirigindo-se imediatamente aos quartos onde se combinaram em pormenor as operações a desenrolar e o dispositivo a adoptar ao mesmo tempo que escutavam as emissões dos EAL e Rádio Renascença afim de ouvir o sinal de execução.

Pelas 00H45 o Ex.mo Major de CAV. Costa Ferreira, Cap. de Cav. Garcia Correia, Bernardo e Aguiar tentaram aliciar o 2º Comandante da EPC. Tem. Cor. Sanches, único oficial Superior que permanecia no Quartel.

Posteriormente, foram ao Gabinete todos os Oficiais para informar que o apoio ao Movimento era total mas não houve adesão do 2º Comandante.

Pelas 01H30 deu-se ordem para que todo o pessoal formasse na Parada onde cada Comandante de Esquadrão pôs ao corrente da situação o pessoal sob as suas ordens e da parte destes a adesão foi total ao ponto de quase a totalidade querer marchar sobre Lisboa.

Pelas 03H20 o pessoal encontrava-se equipado, armado e municiado e com duas rações de combate por homem.

Pelas 03H30 saiu-se da EPC com destino ao Terreiro do Paço que foi alcançado sem dificuldades de maior.

Pelas 05H30, no itinerário para o Terreiro do Paço passamos por viaturas da Polícia de Segurança Pública no Campo Grande e Polícia de Choque na Av. Fontes Pereira de Melo. As referidas Forças não se manifestaram.

Antes de alcançarmos Entrecampos fomos contactados pelo Ex.mo Major Arruda que se deslocava num Austin Mini creme. Na altura da entrada em dispositivo no Terreiro do Paço a P.S.P. que cercava a zona não interferiu na nossa acção e colaborou no isolar da mesma para com a população. Ao mesmo tempo entrava na zona um Pelotão reforçado da A.M.L./Chaimite do R. C. 7 comandado pelo Alf. Mil. David e Silva que aderiu de imediato ao Movimento.

O Ministério do Exército era guardado por 2 Pelotões da P.M. comandados pelo Asp. Saldida e que também, de imediato, se colocou sob as minhas ordens e foram ocupar o lado oposto do Ministério, conforme lhes ordenei. Deste pessoal, 7 homens permaneceram dentro do Ministério por as portas permanecerem fechadas tendo sido a estes homens que o Ministro do Exército deu ordens para abrir um buraco na parede com ligação ao Ministério da Marinha por onde fugiu.

Pelas 07H00 da manhã surgiu do lado da Ribeira das Naus um Pelotão de Reconhecimento Panhard do R. C. 7 comandado pelo Ex.mo Ten. Cor. Fernaud de Almeida que posto perante o dilema de ter que disparar ou se render optou pelo segundo.

A prisão do referido oficial foi efectuada debaixo da janela do Ministério com os ex-ministros a assistirem, tendo um deles várias vezes chamado o referido Oficial que lhes respondeu não poder ir por se encontrar preso. Pouco depois surgiram forças da G.N.R. do lado do Campo das Cebolas. Tendo chegado à fala com o Comando destas Forças aconselhei-o a abandonar a zona visto não ter potencial para se bater comigo, no que fui obedecido pouco depois de ocupar posições na zona apresentou-se-me às ordens o CMDT. da 1ª Divisão da P.S.P., Cap. Maltez Soares a quem ordenei que o pessoal da referida corporação não se devia manifestar mas sim contribuir para descongestionar o trânsito na zona.

Entretanto, pelas 09H00 foi pedido um reforço pelo B.C.5 para o Q. G. da R.M.L. pelo que mandei seguir para o local uma AML e uma ETT comandadas respectivamente pelo Alf. Graduado de Cavaleria Marcelino e Asp. Mil. Cav. Riciardi. Chegados ao Q.G. a força apresentou-se ao Sr. Cap. Inf. Bicho Beatriz CMDT da C.C.A.Ç. que ocupava a zona.

Por ordem do CMDT da CCAÇ foi colocada a AML no cruzamento da Av. António Augusto de Aguiar com a Av. Marquês da Fronteira e a ETT no cruzamento da Av. Duque d’Ávila com a Rua Marquês Sá da Bandeira mantendo-se nessas posições até às 19H00, quando foi mandada regressar para junto do meu Comando.

Pelas 10H00 surgiu uma força comandada pelo Brigadeiro Junqueira Reis e constituída por 4 C.C.M./47,1 da Compª de Caç. do R. I. 1 e alguns pelotões da P.M..

O referido Brigadeiro dividiu as forças em 2 núcleos que progrediram respectivamente pela R: Ribeira das Naus e pela R: do Arsenal. No 1º, junto às viaturas Blindadas comandadas pelo Alf. Mil. Souto Mayor acompanhado pelo Maj. de Cav. Pato Anselmo que depois de várias negociações se considerou prisioneiro. Antes disso tentei dialogar com o referido Brigadeiro no lado da Ribeira das Naus mas o mesmo exigia que eu fosse ter com ele atrás das forças que comandava e eu que ele viesse a meio do espaço que nos separava. Ordenou ao Alferes Milº de Cav. Souto Mayor que disparasse sobre mim com as peças do C.C. M/47 mas não foi obedecido tendo de imediato ordenado a prisão do referido oficial declarando-lhe que: “você já estragou a sua vida”. Deu ordem aos apontadores dos CC M/47 e aos atiradores que progrediam atrás dos Blindados também para abrirem fogo, mas não foi obedecido, nesta altura Oficial General disparou alguns tiros para o ar tentando que as nossas tropas lhe respondessem. Não houve troca de tiros.

As negociações com o Major Pato Anselmo foram orientadas pelo Major de Inf. Com. Jaime Neves, Cap. de Cav. Tavares de Almeida e Alf. Milº. De Cav. Maia Loureiro. Logo que o Major Pato Anselmo se rendeu mandou-se voltar as torres dos CC/47 e avançar na nossa direcção no que fomos obedecidos. Os AT. e P.M que progrediam aras dos CC/47 e outros que se encontravam no mirante antes do cais do Sodré vieram entregar-se.

Na R. do Arsenal as negociações foram feitas pelos Tens. Cavª Santos Silva e Assunção e Furriel Milº. Cavª J. Nunes do RC7 que se tinha passado para o nosso lado. O Furriel J. Nunes iniciou um movimento até junto dos CC/47 afim de informar o brigadeiro Reis de que devia vir a meio caminho estabelecer conversações. Tendo andado cerca de 5 metros precedido pelo Tem. Cavª Santos Silva, o Brigadeiro Reis abriu fogo na nossa direcção pelo que ambos se viram na contingência de ocupar as anteriores posições de defesa. Nessa altura o Tem. Cavª Santos Silva voltou à Praça do Comércio informando dos acontecimentos.

Na mesma altura em que o Ten. Santos Silva regressava à Praça do Comércio, o Ten. Cavª Assunção, alheio aos incidentes verificados dirigiu-se à Rua do Arsenal, procurou entabular conversações tendo-se dirigido ao outro lado pedindo a vinda a meio do caminho do Brigadeiro Reis o que não lhe foi concedido prosseguindo por isso até junto dos CC/47. Nessa altura, o Brigadeiro Reis mandou abrir fogo sobre o Ten. Cavª Assunção não tendo sido obedecido pelos soldados tendo-se o Ex.mo Coronel Romeiras interposto entre as armas e o referido Tenente aconselhando calma ao Brigadeiro reis que nessa altura agrediu o Ten. Assunção com 3 murros. Devido ao insucesso das conversações o Ten. Assunção voltou às suas linhas.

Depois das 09H00 começou a circular na nossa frente a fragata F-734. Dei ordem para que o 1º Oficial Superior da Marinha que chegasse junto ao cerco fosse conduzido à minha presença. Tendo-me surgido um Oficial Superior da Marinha cuja identificação não recordo, pu-lo ao corrente da situação pois necessitava de saber se devia abrir fogo contra o barco ou não pois que isso obrigava a alterar o dispositivo e a colocar as EBR em frente ao referido barco; o Oficial da Marinha declarou-me que ia saber o que se passava e posteriormente fui informado que o barco se encontrava ali por ordem do governo mas que não disparava contra nós.

Pelas 10H00 surgiu um grupo de Comandos, comandado pelo Ex.mo Major Jaime Neves entrou no Ministério a fim de prender os Ministros e passou revista aos mesmos. Também por esta altura surgiu o Exmo. Coronel Correia de Campos que passou a comandar as operações no Terreiro do Paço.

Posteriormente, chegou à civil à zona de operações o Exmo. Cor. Cavª Francisco de Morais que manifestou a sua total adesão ao Movimento e nos deu os parabéns. Tendo-se constatado a fuga dos Ministros e a não existência na zona ocupada de objectivos remuneradores, o Exmo. Cor. Correia de Campos propôs ao PC a escolha de outros objectivos no que foi atendido. Propus a divisão do nosso efectivo em duas forças, sendo uma formada pelo pessoal da EPC e outra pelos aderentes do RC 7, RL 2 e RI 1 comandadas pelos Tens de Cavª Cadete e Balula Silva, tendo-se estes dirigido para O QG da Legião Portuguesa na Penha de França. A minha coluna progrediu pela R: Augusta em direcção ao Rossio sendo aclamada em apoteose pela população durante todo o trajecto até ao Carmo.

Ao chegar ao largo do Rossio encontrei uma coluna auto-transportada, uma Companhia de atiradores do RI 1 cujo Comandante, Cap. Inf. Fernandes me declarou estar ali por ordem do governo para não me deixar passar mas estava às minhas ordens. Disse-lhe para seguir atrás da minha coluna até ao Carmo, no que fui obedecido.

Pelo meio-dia e trinta cerquei o Quartel da G.N.R. do Carmo. Foi bastante importante o apoio dado pela população no realizar destas operações pois que além de me indicarem todos os locais que dominavam o Quartel e as portas de saída deste, abriram portas, varandas e acessos a telhados para que a nossa posição fosse mais dominante e eficaz.

Também nesta altura começaram a surgir populares com alimentos e comida que distribuíram pelos soldados.

Passei novamente a comandar as forças pela ausência do Exmo. Cor. Correia de Campos que foi receber ordens ao PC.

Pouco depois, populares vieram informar-me que estávamos a ser cercados por 2 Companhias da G. N. R. e outra da Polícia de Choque, como não tinham viaturas blindadas não me preocupei com o assunto. Posteriormente fui informado que o Brigadeiro Junqueira dos Reis comandando viaturas blindadas e outra Companhia do R.I. 1 se encontrava também a cercar as nossas tropas. Pelas 14H00 surgiu-me um sargento do R.I.1 a dizer que o pessoal se encontrava disposto a passar para o nosso lado. Respondi-lhe que poderiam vir e indiquei-lhes o caminho. O pessoal do R.I.1 pôs as armas em bandoleira, misturou-se com a população e passou-se para o nosso lado. Tive também a informação que a tripulação de um CC tinha abandonado o mesmo.

Para complicar mais a situação das tropas fiéis ao governo surgiu um Esquadrão do R. I. 3 comandado pelo Cap. de Cavª. Ferreira que cercou o que restava das tropas do Brigadeiro Junqueira dos Reis.

Entretanto, recebi ordens para obrigar à rendição do Quartel do Carmo. A ordem foi escrita pelo Exmo. Major Otelo Saraiva de Carvalho e transportada pelo Cap. de Artilharia Rosado da Luz e dizia:

“Salgueiro Maia:

Tentámos fazer um ultimato ao QG/GNR para entrega do Presidente do Conselho sem grandes resultados. Os tipos desligam o telefone ou retardam a chamada dizendo que vão ver se as pessoas estão.

Com o megafone tenta entrar em comunicações e fazer um aviso – ultimato para a rendição. Eu já ameacei o Cor. Ferrari mas ele parece não ter acreditado. Com a auto-metralhadora rebenta a fechadura do portão para verem que é a sério. Julgo que não reagirão. Felicidades. Um abraço. Otelo”

Pelas 15H00 com megafone solicitei a rendição do Carmo em 10 minutos. Como não fui atendido passados que foram 15 minutos, ordenei ao Tem. Cavª Santos Silva para fazer uma rajada da torre do Chaimite que comandava sobre as mais altas janelas do quartel do Carmo.

Depois das rajadas solicitei a rendição do Quartel mas como surgiu junto a mim o Exmo. Cor. Cavª Abrantes da Silva, solicitei ao mesmo que fosse ao Quartel do Carmo dialogar, para que quem lá estava não pensasse que a guerra era feita por um simples Capitão. Quando o referido oficial entrou no Quartel ficou junto a nós um Major da GNR como refém. Como as negociações demorassem e a rendição era imperativa, passados que foram 15 minutos, ordenei nova abertura de fogo só com armas automáticas sobre a frontaria do Quartel. Continuavam sem responder às minhas solicitações de rendição e quando já tinha perdido as esperanças de resolver o problema sem utilização de armas pesadas, surgiram dois civis com credencial de Sua Ex.ª o General António de Spínola que entraram no Quartel para dialogarem com o Presidente do Conselho. Demoraram cerca de 15 minutos e saíram dizendo-me que tinham de se deslocar à residência do referido Oficial. Em face da situação ordenei ao Tem. Cavª Assunção para se deslocar no meu jeep e transportar os referidos civis.

Entretanto, desloquei-me ao Quartel onde verifiquei que a disposição do pessoal era de se render. Falei cerca de 15 minutos com o General Comandante do QG da GNR e outros oficiais superiores. Pedi audiência ao Prof. Marcelo Caetano no que fui atendido.

A conversa decorreu a sós e com grande dignidade. Nela, o Prof. Caetano solicitou que um oficial General fosse receber a transmissão de poderes para que o governo não caísse na rua.

Pelas 18H00 chegou ao Quartel do Carmo Sua Ex.ª o General António de Spínola acompanhado pelo Tem. Cavª Dias de Lima. Entretanto havia viaturas com combustível quase esgotados e necessidade de óleo para os motores e sistemas hidráulicos. O Sr. José Francisco, agente comercial, morador na Rua Serpa Pinto nº 8, 5º Esq. – Odivelas, que desde os primeiros momentos se colocara à disposição das NT (Nossas Tropas) e passara a servir de elemento de ligação, orientou uma viatura nossa no deslocamento até à zona de estação de Santa Apolónia onde em Estação de Serviço requisitámos combustível e os óleos necessários.

Pelas 19H00 levantámos cerca ao Carmo para nos dirigirmos ao Quartel da Pontinha tendo ficado na zona somente as forças do RI 1.

O Prof. Caetano e os outros elementos do governo, foram conduzidos na auto-metralhadora Chaimite “Bula”, que ao mesmo tempo deu escolta à viatura civil onde se deslocava Sua Ex.ª o General Spínola também em direcção à Pontinha.

Na Rua António Maria Cardoso pelas 15H00 agentes da DGS instalados na sede abriram fogo sobre a multidão que se aglomerava na referida rua tendo causado um morto e dois feridos que foram transportados nas nossas ambulâncias.

Pelas 21H00 atingimos a Pontinha e por não ter instalações disponíveis tivemos que nos deslocar para o Colégio Militar, onde O Ex.mo Brigadeiro Ramires pôs as instalações à nossa disposição e forneceu 3ª refeição a todo o pessoal.

Pelas 22H00, comandando 6 viaturas blindadas para o RL 2 às ordens do Exº Major de Cavª Monge com vista à rendição dos RL 2 e RC 7 e prisão dos respectivos Comandantes. Esta acção terminou pelas 01H30 do dia 26 de Abril de 1974 pelo que ficámos instalados no RC 7.

DIA D + 1

Pelas 08H30 seguimos em patrulhamento para o centro da cidade e pelas 11H00 tomámos conta do Edifício da defesa Nacional a fim de garantir a segurança das individualidades que lá foram tomar posse.

Recolhemos ao RC 7 pelas 19H00 e durante todo o tempo em que estivemos na Cova da Moura foi extraordinário o apoio da população às nossas tropas ao ponto de no prédio em frente à Defesa Nacional várias senhoras fizeram o almoço para todo o pessoal.

As forças que permaneceram no Colégio Militar ficaram sob o comando do Cap. de Cavª. Tavares de Almeida e pelas 09H30 escoltaram sua Ex.ª o General António de Spínola à RTP Lumiar, tendo regressado pelas 02H30. Pelas 03H30 seguiram para a Pontinha a fim de defender o PC.

Pelas 05H00 o Ten. Cavª Santos Silva deslocou-se para a Rua do Alecrim a fim de cercar o comando da DGS tendo regressado pelas 19H00.

Também pelas 19H30 o Cap. Cavª Tavares de Almeida recebeu ordem de regresso a Santarém, atendendo ao desgaste físico do pessoal sob o seu comando; chegaram ao seu destino tendo a quase totalidade da população de Santarém a recebê-los.

DIA D + 2

Cerca das 00h30 o Tem. Cavª Santos Silva recebeu ordens para com duas viaturas blindadas escoltar a Tomar o Exmo. Cor. Cavª Francisco Morais, Comandante da Região Militar de Tomar; chegaram a Santarém pelas 04H00 e a escolta para Tomar foi efectuada sob o comando do Cap. Cavª Cadavez.

Pelas 09H30 efectuamos um patrulhamento pelo centro da cidade que se encontrava calma tendo regressado cerca das 12H00 para voltar a sair pelas 14H00 a fim de escoltar os arquivos existentes na Escola Prática da DGS.

Às 19H00 chegou do RC 7 pessoal sob o comando do Cap. Cavª. Cadavez a fim de substituir todo aquele que se encontrava sob o meu comando, substituindo o mesmo nas 4 guarnições das 4 viaturas blindadas que continuaram no RC 7.

Pelas 20H00 regressei com as 3 EBR, uma ETT e o pessoal rendido tendo atingido Santarém às 22H30.


ADMINISTRAÇAO E LOGÍSTICA:

a) Distribuídos a cada homem rações de combate para os dias 25 e 26 ABR74;

b) Serviço de Saúde – 2 equipas constituídas por um enfermeiro e 1 maqueiro cada, a deslocar nas 2 ambulâncias.


COMANDO E TRANSMISSÕES:

- Posto de Comando em Jeep
- Rede de Comando, ver anexo Ordem Operações MOFA


DIVERSOS:

Fui depois informado por oficiais da GNR do Quartel do Carmo que o Prof. Marcelo Caetano desde as 08H30 do dia 25 declarava que se rendia se fosse um Oficial General a receber a rendição. Este facto não foi comunicado pelo Comandante do Quartel do Carmo e deste modo a rendição só se efectuou depois das 15H00.


O COMANDANTE DAS FORÇAS
(assinatura)

Fernando José Salgueiro Maia
CAP. CAVª.


O COMANDANTE
(assinatura)

Rui Costa Ferreira
Maj. Cavª

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