![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoA5RbGC3Vov-fQ_bq26ssO2qgaUTScNkjET1XC9L_VUdcIS2hbGO-Y4cmVzIVA81efhZSNF-4O_CZNXcd7YAXVBFL8EkNJsxQsyNN-7ov1PVc4ezftL3HhK-Gv21aOFBXxomI/s320/o_poema_no_tempo.jpg)
Poema Triste...
Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlaçemos as mãos).
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para o pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente.
E sem desassossegos grandes.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlaçemos as mãos).
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para o pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente.
E sem desassossegos grandes.
De Fernando Pessoa
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home