terça-feira, junho 15, 2010


Não me deprimam, Porra!




Estou farto desta tendência dos nossos políticos para a dramatização, uns dizem que estamos de tanga, outros que temos de fazer sacrifícios, agora vem o Cavaco dizer-nos que a situação está insustentável, nem uma palavra de esperança, nem uma direcção em relação ao futuro, nem o mais pequeno sinal de optimismo. Temos uns políticos idiotas que não encontram outra forma de estimular a confiança do povo nas suas ambições que não seja a depressão, o medo e a frustração colectiva.

Já não me basta viver num país que por causa das suas elites não são grande coisa, desde que me conheço enquanto ser que pensa em política que só ouço políticos a tentarem deprimir-me, começou com as conversas em família e acabou com a situação insustentável de Cavaco Silva, a única excepção foi a embriaguez colectiva do pós-25 de Abril.

Quem ouve os nossos políticos dramatizarem os problemas do país até pode pensar que sofrem muito, que estão sinceramente preocupados com a situação dos portugueses, uma treta! Nenhum deles faz grandes sacrifícios, a situação da família Silva entre pensões, vencimentos presidenciais, almoços pagos no palácio e ajudas de representação é desafogada, o Pedro Passos Coelho gasta mais em cabeleireiro do que muitas famílias portuguesas gastam em comida, um fato de José Sócrates daria para um trabalhador que ganha o salário mínimo ir uns dias de férias pela primeira vez da vida.

Votamos em políticos para que nos dêem esperança, para encontrarem soluções e depois é esta lenga, lenga constante do discurso depressivo. Que o ministro Teixeira dos Santos nos obrigue a pagar com língua de palmo de 2010 em diante a generosidade de 2009 é uma coisa, que todos dias se entretenha a preparar-nos psicologicamente é outra.

Que Cavaco tenha concluído que a única qualidade que os seus os seus adversários não terão são as suas habilitações académicas e conclua que a melhor forma de ganhar as presidenciais é transformar eleições presidenciais democráticas num concurso de avaliação curricular tudo bem, mas que decida atirar todo um povo para o sofá do psicólogo com o discurso da insustentabilidade e outras tretas que ele diz que já tinha alertado há uns tempos é pior.

Como agora se costuma dizer não há cu que aguente tanta lamecha depressiva, tanto político a distribuir falta de esperança, tanta justificação para o falhanço colectivo da nossa classe política.

Se não sabem dar esperança aos portugueses, se só sabem vender austeridade, se estão velhos demais para sustentar o peso das responsabilidades, se mais nada têm para dar aos portugueses então façam-me um favor, reformem-se, mudem de profissão, desamparem a “loja” e dêem lugar a gente que acredita no futuro e que não precisa de salvadores, avisadores ou outros géneros de Chicos espertos.
Mas já basta o que os portugueses sofrem no dia a dia, deixem de nos chatear com discursos idiotas. A poucas semanas de ir de férias venho fazer um apelo aos nossos políticos: Não me deprimam, porra!
Publicada
por Jumento

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