segunda-feira, setembro 27, 2010


INFORMAÇÕES ADICIONAIS


À ENTREVISTA Nº 64 SOB O TEMA:


“COMPARTILHAR O PÃO” (1)



Milagre, Prodígio, Magia

Nos primeiros séculos do cristianismo, homens e mulheres indistintamente, podiam presidir à celebração da eucaristia.

A partir do século V essa função passou a ser um ofício exclusivo dos presbíteros convertidos em “profissionais do sagrado”.

No 4º Concílio de Letrão (1275) estabeleceu-se que não podia celebrar a missa ninguém que não fosse um
“sacerdote válido e licitamente ordenado”.

Durante a Idade Média exacerbou-se a devoção a devoção pelo “milagre eucarístico” despojando a eucaristia do seu carácter simbólico e comunitário (compartilhar a comida e as palavras de Jesus) e revestindo os sacerdotes que faziam esse
“milagre” de poderes “mágicos”.

Esta fixação obsessiva no “milagre” que ocorre em cada missa chegou até aos nossos dias e é promovido pelas autoridades católicas. Em 1935, o Papa Pio XI afirmou que, efectivamente, “o sacerdote tinha poder sobre o corpo mesmo de Jesus Cristo e fá-lo presente nos nossos altares (Encíclica “Ad Catolichi Sacerdotti”) e em 1947, o Papa Pio XII confirmou que
"em nossos altares Cristo se oferece a Si mesmo diariamente para nossa redenção" (Encíclica Mediador Dei).


Miocárdio e Sangue Coagulado

Da doutrina oficial católica sobre a eucaristia derivaram as mais ridículas e absurdas devoções. Entre elas destaca-se aquela a que os devotos chamam
“o milagre eucarístico maior da história”:

- Um suposto pedaço do coração de Jesus e cinco coágulos do seu sangue conservados numa igreja de Lanciano, Itália, desde o ano 700, prodígio que ocorreu quando um monje-sacerdote duvidava do “milagre” que as suas palavras conseguiam sobre a hóstia e o cálice ao celebrar a missa.

A escritora católica Stefania Falasca comenta o milagre revestindo-o de tintas científicas:

- “Verdadeira carne e verdadeiro sangue humano. Pertencem ao mesmo grupo sanguíneo: AB. Na carne estão presentes, em secção, o miocárdio, o endocárdio, o ventrículo cardíaco esquerdo; se trata, pois, de um coração completo na sua estrutura essencial. No sangue estão presentes as proteínas normalmente fraccionadas com a mesma percentagem que falamos num quadro sero-proteico do sangue fresco normal… Embora tenha sido deixado no estado natural sem nenhum tipo de conservação ou mumificação durante séculos e exposto à acção dos agentes físicos, atmosféricos e biológicos, essa carne e esse sangue apresentam as
mesmas características da carne e do sangue extraídos no mesmo dia de um ser vivo”.

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