segunda-feira, outubro 11, 2010

Então, e o
Orçamento…pá?


Mais uma vez a qualidade dos nossos políticos… homens de feira, “vendedores de banha da cobra” ao bom estilo dos treinadores de futebol que são peritos na venda de ilusões, de esperanças, de vitórias que apenas duram um dia, um fim de semana, um lapso… porque a vida está a transformar-se nisso mesmo, num momento.

Como será amanhã?... e para o mês que vem?... e para o próximo ano? Vamos ter orçamento ou vamos viver de duodécimos?

- Os portugueses dizem maioritariamente que não querem as “medidas” mas querem aprovado o orçamento que traz as medidas… coitados, estão baralhados, encurralados. Não querem as “medidas” porque lhes vão fazer doer mas querem o orçamento porque sem ele as próximas “medidas” serão ainda muito piores…

Mas o partido, PPD/PSD, para qual todos se voltam: Presidente da República, Presidente da Comissão Europeia, Prof. Marcelo Rebelo de Sousa e, provavelmente, também o senhor Cardeal Patriarca, está hesitante, temeroso. O PS encostou-o à parede, fez o mal (não todo) e agora aponta-lhe o dedo e desafia-o com aquele ar inocente de menino que não fez mal nenhum:

- “Vá… atreve-te… chumba o orçamento… tens todos os portugueses sensatos e com sentido da responsabilidade a olharem para ti… Sem orçamento aprovado eu não governo… estou a visar-te, já sabes…”

É assim, o futuro dos portugueses jogado numa disputa de cachopos… não parece…?

Mas por onde é que andam os homens sérios, competentes e responsáveis deste país? Ficaram os vendedores de ilusões, os treinadores que passam mensagens de vitórias, que criam e alimentam expectativas que nos incendeiam os corações com promessas de melhores dias como se houvesse milagres, passes de mágica…

O poder, neste país e neste momento, por força de erros, imprudências e demagogias acumuladas ao longo de anos é um presente envenenado, uma herança indesejável. O que se fez nos últimos anos foram retoques de maquiagem para tentar iludir a realidade, para manter as pessoas numa criminosa sensação de que tudo vai mais ou menos bem neste pedaço da Europa onde a “terra acaba e o mar começa…”

Desculpem, mas falar, agora, de política em Portugal é algo de doloroso. O montante da dívida a que se chegou é tal (7% de juros sobre o total da nossa dívida externa daria qualquer coisa como 10 mil milhões de euros por ano… só para juros! …) que deveria ser considerada “crime público” e responsabilizados criminalmente todos aqueles que para ela contribuíram… (mais uma ficção, ainda por cima com a Justiça que temos…)

Regressemos, por isso, a dona Flor.

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