segunda-feira, outubro 11, 2010


INFORMAÇÕES ADICIONAIS


À ENTREVISTA Nº 65 SOB O TEMA:


SACERDOTES (1)




Sacerdote: o sagrado, o separado


- Em todas as culturas – ocidentais, orientais, africanas, indo-americanas – em que existem sacerdotes considera-se que eles são os intermediários entre os humanos e a divindade a quem os sacerdotes aplacam ou satisfazem com determinados ritos, orações ou sacrifícios.

Em torno da cultura helenística, o sacerdote designava-se pela palavra “hiereus” que significa “santo”, “sagrado” e, por isso, “separado”, “segregado”, pertencente ao âmbito do divino. Em todas as culturas, o sacerdote é aquele que “sabe” das coisas de Deus e que tem o “poder” sobre o divino. Esse saber e esse poder dão-lhe direito a muitos privilégios sociais, políticos, económicos e culturais.

Uma Casta Poderosa

- No tempo de Jesus, a classe com mais influência social era a dos sacerdotes de Jerusalém, que serviam no Templo em cujo “santuário” o judaísmo localizava “a presença de Deus”. Nesse espaço só podiam entrar os sacerdotes. Ali realizavam-se os sacrifícios: queimando perfumes e matando animais. Como em todas as religiões, os sacerdotes eram considerados homens eleitos para estarem em contacto directo com o sagrado, o intermediário ante Deus, separados dos restantes e superiores. Ocupavam o cume de uma sociedade hierarquizada que descriminava a maioria. No tempo de Jesus os sacerdotes estavam divididos em 24 classes ou secções e em cada uma delas haviam 300 sacerdotes.

Os relatos dos Evangelhos mostra Jesus confrontando-se muitas vezes com sacerdotes, discutindo com eles, contrariando-os, discordando, recusando os seus argumentos religiosos. Também vemos nos Evangelhos sacerdotes afirmando que Jesus está Endemoniado, que não tinha autoridade para falar como fala, recusando a sua mensagem e as suas atitudes e, finalmente, denunciando-o e condenando-o à morte.

Jesus Não Foi Sacerdote

- Jesus não foi sacerdote, foi um laico. No tempo de Jesus só eram sacerdotes os homens da tribo de Lei, considerados herdeiros de Aaron, o irmão de Moisés. Jesus não foi sacerdote mas opôs-se à casta sacerdotal e foi vilipendiado pelos sacerdotes do seu tempo. Jesus foi um laico (do grego “laicos” que significa “alguém do povo”)

Só na Carta aos Hebreus, que se atribui a Paulo – ainda que não tenha sido escrita por ele mas por algum dos seus discípulos – se nomeia Jesus como sacerdote da “Nova Aliança” abolindo, assim, a “Antiga Aliança” e o sacerdócio levítico.

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