sexta-feira, outubro 01, 2010


ENTREVISTAS FICCIONADAS


COM JESUS CRISTO

Entrevista Nº 65


Tema – SACERDOTES



Raquel – A Unidade Móvel estacionada perto do que foi o grande Templo de Jerusalém. As últimas declarações de J. Cristo sobre a eucaristia e as que nos fez em anteriores entrevistas sobre a confissão bloquearam a nossa central telefónica. Um ouvinte de Assunção, Paraguai, Arturo Bregaglior, faz a seguinte pergunta:

Arturo – Se o senhor diz que os sacerdotes não perdoam pecados nem consagram a hóstia… para que servem então?

Raquel – Ouviu bem, Jesus Cristo?

Jesus – Sim, escutei bem.

Raquel – Para que servem então os sacerdotes?

Jesus – Penso que para nada.

Raquel – Como que para nada?

Jesus – Para nada.

Raquel – Com uma afirmação tão rotunda, o senhor não estará a desqualificar-se a si mesmo?

Jesus – A mim mesmo? Por quê?

Raquel – Bem, porque… o senhor não é o sumo sacerdote da Nova Aliança?

Jesus – Não o sou nem nunca o fui, mas é verdade que tive grandes discussões com os sacerdotes do meu tempo.

Raquel – E a que se deviam essas discussões?

Jesus – À sua arrogância. Sentiam-se superiores, donos da verdade e desprezavam a gente humilde. Acreditavam que eram mediadores entre o céu e a terra, representantes de Deus!... Todavia, lembro-me da cara que puseram com aquilo que contei no outro dia. Disse-lhes: as putas entrarão primeiro que vocês no Reino de Deus.

Raquel – O senhor utilizou mesmo essa palavra?

Jesus – Que palavra?

Raquel – Essa que disse.

Jesus – Putas? Claro. A elas eu sempre as respeitei mas a eles não. Eram altaneiros.

Raquel – Em todo o caso se o senhor não foi sacerdote… os seus discípulos sim.

Jesus – Por que dizes isso?

Raquel – Na Última Ceia, ainda que o senhor tenha afirmado que não consagrou nem o pão nem o vinho mas consagrou sacerdotes aos seus doze apóstolos.

Jesus – De onde concluíste isso, Raquel? Eu nunca consagrei a ninguém, No nosso Movimento não houve nenhum sacerdote e nas primeiras comunidades, que me conste, também não. Eram as pessoas comuns, homens e principalmente mulheres, as responsáveis por prosseguirem o trabalho pelo Reino de Deus. Nem sequer utilizavam a palavra sacerdote.

Raquel – Sacerdote não significa sagrado?

Jesus – Sacerdote significa “afastado”, separado do povo e para trabalhar para o Reino de Deus há que estar entre as pessoas.

Raquel – Então, de onde saíram os sacerdotes, os clérigos que dizem representar o senhor?

Jesus – Pois não sei de que tribo terão saído porque no nosso Movimento não aceitávamos hierarquias.

Raquel – Espere um momento… está-me chegando uma mensagem de texto… É de um teólogo laico, José Maria Marin… Diz assim: “A ordenação de sacerdotes nada tem a ver com Jesus Cristo. É um costume muito posterior ao Império Romano de onde nasceu o clero católico, cheio de poder e privilégios. Para Jesus, a comunidade não precisa de nenhum mediador ante Deus.

Jesus – Apreciei a explicação desse senhor.

Raquel – E que fazemos então com os sacerdotes?

Jesus – Que nasçam de novo, como aconselhou o velho Nicodemo. Se lutam, se estão entre as pessoas, se a sua palavra alegra o coração dos pobres e são uma espada de dois gumes contra os injustos, está bem. Mas se julgam que são os donos de uma escada para chegarem a Deus como aquela dos senhores de Jacob, não servem para nada porque Deus não está acima nem longe, está aqui, entre nós.

Raquel – Que dizem os ouvintes das Emissoras Latinas? E especialmente que opinam os curas, os reverendos e os ministros que talvez nos estejam
escutando. Raquel Perez, Emissoras Latinas,
Jerusalém.

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