quinta-feira, outubro 28, 2010

OS "RAPAZES"
NÂO SE
ENTENDEM…





Ao longo dos últimos anos os vários governos permitiram que o Estado engordasse da mesma forma que aquelas pessoas que por razões de frustração pessoal, acredito que por doença, passam a noite de alevanto, a caminho da cozinha direitas ao frigorífico.

Deixaram, entretanto, de se verem ao espelho, a balança jaz, testemunha muda e impotente, no cantinho da casa de banho. É o caminho inexorável, inevitável para a degradação física e moral, um processo de suicídio como outro qualquer…

Antigamente, tínhamos um Estado com Ministérios, Secretarias de Estado, Direcções Gerais, Direcções de Serviço e por aí fora…

Hoje, temos o mesmo Estado e, ao lado dele, paredes meias, um outro constituído por Institutos Públicos, Empresas Públicas, Fundações e as Parecerias Público-Privadas. São assim, dois Estados, duas máquinas de triturar dinheiro para satisfação das quais só o recurso a empréstimos consecutivos no estrangeiro podem satisfazer.

Claro que, num país que não tem grande tradição na produção de riqueza e no qual as transferências de milhões de euros dos Apoios Comunitários fizeram de nós uma espécie de “novos ricos” da europa, com hábitos despesistas até então desconhecidos, o desfecho só podia ser este: iminência de banca-rota.

Diz o ministro das Finanças que não consegue fazer certos cortes na despesa corrente do Estado que teima em crescer como se fosse uma fatalidade…

Nós sabemos que os partidos, com as suas enormes clientelas, sentaram à mesa do orçamento milhares de pessoas com um “novo estilo” de funcionário público que se pode traduzir em “servir-se” em vez de “servir”.

Apoiados em padrinhos, entraram pela “porta grande”, sobranceiros, distantes, mandões e propotentes, muitos deles perfeitamente incompetentes, minando o ambiente de trabalho e fomentando o “amiguismo” e a intriga.

Como vamos agora emagrecer este Estado de pessoas instaladas com contratos feitos, vínculos estabelecidos, que fazem um trabalho quase todo improdutivo e desnecessário?

Alguém que já foi gordo, muito gordo, que diga agora, confrontado com o risco de uma morte “macaca”, o que lhe custou emagrecer na certeza, porém, de que continua a ter necessidade de se alimentar da mesma forma que o Estado tem que continuar a existir.

Os partidos que foram governo em Portugal no pós 25 de Abril e que deram a este país a cara nova que ele agora tem, a par das coisas boas, são também os responsáveis pelas loucuras. Não conseguirem agora entenderem-se para viabilizar um Orçamento que é vital para o país é, mesmo isso, próprio dos loucos.

Mas este Orçamento que, provavelmente, será aprovado pela abstenção do PSD e o voto contra dos restantes partidos da oposição, apenas servirá para que nos continuem a emprestar por mais uns tempos, mais dinheiro para pagarmos os juros da dívida e as incomensuráveis despesas do Estado.

Após a eleição do Presidente da República impõem-se novas eleições rapidamente para substituir este governo por outro que tenha as mãos mais livres para tomar as decisões que este já confessou não ser capaz.

Os nossos "trabalhos" ainda só agora estão a começar…

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