DONA
FLOR
E SEUS DOIS
MARIDOS
MARIDOS
Episódio Nº 271
Vadinho respondia zombeteiro:
- Teu marido, esse paspalhão, esse bocó… Só tem tamanho… Que é que ele sabe dessas coisas, esse frouxo?
_ Teodoro não é um ignorante como você, não é um capadócio, é um homem de muito saber…
- Muito saber… Pode ser que para fazer um xarope ele seja uma capacidade… Mas para o que é bom, para a vadiação, ele deve ser a maior toupeira deste mundo… Basta olhar para ele é um capão…
Dona flor encarou Vadinho, nunca ele a vira tão indignada:
- Pois fique sabendo que está muito enganado, quem é que pode saber da capacidade dele senão eu? E eu estou mais que satisfeita… Não sei de homem melhor do que ele. Em tudo e nisso também… Você nem chega aos pés dele…
- Puf! – Fez Vadinho, num ruído desrespeitoso e vulgar.
- Me deixe em paz, não preciso de si para nada… E não me toque nunca mais…
Estava decidida, não lhe permitiria mais intimidades, nem abraços, nem os tais beijos inocentes, nem que junto a ela se estirasse para “conversar melhor”. Era uma mulher honesta, uma esposa séria.
Se você estava tão satisfeita por que me chamou?
- Já te disse que não foi para isso… E já me arrependi de ter chamado…
Depois, sozinha, perguntou-se senão fora por demais grosseira e violenta.
Vadinho ficara escabriado, ofendido, de cabeça baixa. Saíra por aí fora e durante todo o resto do dia ela não o viu. Quando ele viesse na hora do crepúsculo, ela lhe explicaria as suas razões por boas palavras. Cínico e insolente, Vadinho tinha por vezes, no entanto, reacções inesperadas, era capaz de compreender os escrúpulos de dona Flor e de reduzir suas relações aos limites impostos pelo decoro e pela honra.
Todas as tardes, dona Flor, terminadas as tarefas quotidianas e após o banho, envolta em perfumes e talco, deitava-se no leito para uns minutos de repouso. Então, invariavelmente, Vadinho junto a ela se estendia e sobre as mais diversas coisas conversavam (e enquanto conversavam lá ia ele derrubando bastiões, tomando-a contra o seu peito, dobrando-lhe a vontade).
Quando se dispunha a reclamar, ele a distraía falando dos lugares de onde viera, e dona Flor toda curiosa, cheia de perguntas, não tinha forças para proibições:
- E a terra vista de lá, como é, Vadinho?
- É toda azul, meu bem.
Descia-lhe o tentador a mão pela anca ou a levava ao seio, dona Flor querendo saber:
- E Deus, como é?
- Deus é gordo.
- Tira a mão daí, tu está é me embromando…
Vadinho ria, a mão a conter o seio túrgido, o lábio a buscar a boca de dona Flor, como saber se era verdade ou bem mentira?
Vadinho respondia zombeteiro:
- Teu marido, esse paspalhão, esse bocó… Só tem tamanho… Que é que ele sabe dessas coisas, esse frouxo?
_ Teodoro não é um ignorante como você, não é um capadócio, é um homem de muito saber…
- Muito saber… Pode ser que para fazer um xarope ele seja uma capacidade… Mas para o que é bom, para a vadiação, ele deve ser a maior toupeira deste mundo… Basta olhar para ele é um capão…
Dona flor encarou Vadinho, nunca ele a vira tão indignada:
- Pois fique sabendo que está muito enganado, quem é que pode saber da capacidade dele senão eu? E eu estou mais que satisfeita… Não sei de homem melhor do que ele. Em tudo e nisso também… Você nem chega aos pés dele…
- Puf! – Fez Vadinho, num ruído desrespeitoso e vulgar.
- Me deixe em paz, não preciso de si para nada… E não me toque nunca mais…
Estava decidida, não lhe permitiria mais intimidades, nem abraços, nem os tais beijos inocentes, nem que junto a ela se estirasse para “conversar melhor”. Era uma mulher honesta, uma esposa séria.
Se você estava tão satisfeita por que me chamou?
- Já te disse que não foi para isso… E já me arrependi de ter chamado…
Depois, sozinha, perguntou-se senão fora por demais grosseira e violenta.
Vadinho ficara escabriado, ofendido, de cabeça baixa. Saíra por aí fora e durante todo o resto do dia ela não o viu. Quando ele viesse na hora do crepúsculo, ela lhe explicaria as suas razões por boas palavras. Cínico e insolente, Vadinho tinha por vezes, no entanto, reacções inesperadas, era capaz de compreender os escrúpulos de dona Flor e de reduzir suas relações aos limites impostos pelo decoro e pela honra.
Todas as tardes, dona Flor, terminadas as tarefas quotidianas e após o banho, envolta em perfumes e talco, deitava-se no leito para uns minutos de repouso. Então, invariavelmente, Vadinho junto a ela se estendia e sobre as mais diversas coisas conversavam (e enquanto conversavam lá ia ele derrubando bastiões, tomando-a contra o seu peito, dobrando-lhe a vontade).
Quando se dispunha a reclamar, ele a distraía falando dos lugares de onde viera, e dona Flor toda curiosa, cheia de perguntas, não tinha forças para proibições:
- E a terra vista de lá, como é, Vadinho?
- É toda azul, meu bem.
Descia-lhe o tentador a mão pela anca ou a levava ao seio, dona Flor querendo saber:
- E Deus, como é?
- Deus é gordo.
- Tira a mão daí, tu está é me embromando…
Vadinho ria, a mão a conter o seio túrgido, o lábio a buscar a boca de dona Flor, como saber se era verdade ou bem mentira?
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