DONA
FLOR
E SEUS
DOIS
MARIDOS
E SEUS
DOIS
MARIDOS
Episódio Nº 297
Domingo era dia de acordar mais tarde, e quando dona Flor acordou, naquela manhã de Domingo ainda chuvosa, viu o rosto do doutor curvado sobre o seu, a observá-lo numa devoção, a mão posta em sua face.
- Dormiu bem. Querida? Febre não tem…
Sorriu dona Flor se espreguiçando, contente de possuir tão bom marido, de ver-se alvo de tanta solicitude; os braços lhe passou pelo pescoço e um beijo lhe deu agradecida:
- Não sinto mais nada Teodoro. Foi tolice…
Uma leseira, uma preguiça, um prazer de ócio, uma vontade de cama, de permanecer naquele calor e na dedicação do farmacêutico. Manhã sem compromissos, colchão de mola, a chuva no telhado, o devotamento do marido, santo esposo. No aconchego de seus braços se acolheu:
- Que preguiça, meu querido…
- E por que você não fica descansando? Ontem não passou bem, descanse hoje até mais tarde. Se quiser, trago o café aqui.
Tão merecedor e cativante:
- Só fico se você ficar também, querido. Só fico junto com você.
Doutor Teodoro sem malícia, um meninão apesar da posição social, do saber, e da idade:
- É que… - riu, encabulado - …se ficar deitado junto de você não assumo responsabilidade alguma se…
Dona Flor, a voz dengosa:
- Corro o risco, Teodoro… - escondeu o rosto no travesseiro.
Estava um tanto descomposta, um seio crescia junto ao peito do doutor, saltava a curva da anca de entre os lençóis, exibindo sua cor de tacho antigo. O olho do doutor tímido e voraz, a mão contida.
- Você andou se batendo na cama, minha querida, veja a marca… Mais de uma… Teve mau dormir.
Ela ficou pequena e seu coração parou
- Onde?
- Aqui… Pobre querida… - a mão aproveitadora subia pelas coxas e mais além.
Dona Flor entre as pernas do marido apagou aquelas nódoas de mau ou bom dormir (ou de não dormir). As bocas se encontraram e ela estremeceu: o sabor do beijo puro (mas ardente), o inesperado prazer daquele amplexo, a chuva no telhado, o calor da cama, a timidez do doutor Teodoro, a mão sem experiência, talvez por isso de mais deleite, o desejo nos olhos baixos do marido, no peito arfante e tudo em plena luz, oh! embaraço. Dona Flor de novo estremeceu: uma delícia. “Para as penas e os cuidados seu bom marido” Só para isso? Cada homem tem seu gosto próprio, já dizia Maria Antónia, sua ex-aluna perita em macho e cama, “cada um tem sua prepotência, uns sabidos, outros não. Mas, se a gente souber aproveitar, ah!, todos são bons…” Dona Flor sente-se invadida de desejo, um desejo diferente, nascido da preguiça, da timidez de Teodoro, de seu acanhamento.
- Você está me devendo, meu querido…
- Eu? O quê? – perguntou o doutor, réu inocente, não era mesmo um menino grande e tolo?
Domingo era dia de acordar mais tarde, e quando dona Flor acordou, naquela manhã de Domingo ainda chuvosa, viu o rosto do doutor curvado sobre o seu, a observá-lo numa devoção, a mão posta em sua face.
- Dormiu bem. Querida? Febre não tem…
Sorriu dona Flor se espreguiçando, contente de possuir tão bom marido, de ver-se alvo de tanta solicitude; os braços lhe passou pelo pescoço e um beijo lhe deu agradecida:
- Não sinto mais nada Teodoro. Foi tolice…
Uma leseira, uma preguiça, um prazer de ócio, uma vontade de cama, de permanecer naquele calor e na dedicação do farmacêutico. Manhã sem compromissos, colchão de mola, a chuva no telhado, o devotamento do marido, santo esposo. No aconchego de seus braços se acolheu:
- Que preguiça, meu querido…
- E por que você não fica descansando? Ontem não passou bem, descanse hoje até mais tarde. Se quiser, trago o café aqui.
Tão merecedor e cativante:
- Só fico se você ficar também, querido. Só fico junto com você.
Doutor Teodoro sem malícia, um meninão apesar da posição social, do saber, e da idade:
- É que… - riu, encabulado - …se ficar deitado junto de você não assumo responsabilidade alguma se…
Dona Flor, a voz dengosa:
- Corro o risco, Teodoro… - escondeu o rosto no travesseiro.
Estava um tanto descomposta, um seio crescia junto ao peito do doutor, saltava a curva da anca de entre os lençóis, exibindo sua cor de tacho antigo. O olho do doutor tímido e voraz, a mão contida.
- Você andou se batendo na cama, minha querida, veja a marca… Mais de uma… Teve mau dormir.
Ela ficou pequena e seu coração parou
- Onde?
- Aqui… Pobre querida… - a mão aproveitadora subia pelas coxas e mais além.
Dona Flor entre as pernas do marido apagou aquelas nódoas de mau ou bom dormir (ou de não dormir). As bocas se encontraram e ela estremeceu: o sabor do beijo puro (mas ardente), o inesperado prazer daquele amplexo, a chuva no telhado, o calor da cama, a timidez do doutor Teodoro, a mão sem experiência, talvez por isso de mais deleite, o desejo nos olhos baixos do marido, no peito arfante e tudo em plena luz, oh! embaraço. Dona Flor de novo estremeceu: uma delícia. “Para as penas e os cuidados seu bom marido” Só para isso? Cada homem tem seu gosto próprio, já dizia Maria Antónia, sua ex-aluna perita em macho e cama, “cada um tem sua prepotência, uns sabidos, outros não. Mas, se a gente souber aproveitar, ah!, todos são bons…” Dona Flor sente-se invadida de desejo, um desejo diferente, nascido da preguiça, da timidez de Teodoro, de seu acanhamento.
- Você está me devendo, meu querido…
- Eu? O quê? – perguntou o doutor, réu inocente, não era mesmo um menino grande e tolo?
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