terça-feira, março 22, 2011

INFORMAÇÕES ADICIONAIS
À ENTREVISTA Nº 86 SOB O TEMA:

“EUTANÁSIA” (6)


Cada Caso é Um Caso Diferente


Sobre a eutanásia não pode ser emitida uma opinião genérica a favor ou contra e muito menos sentenças severas ou acórdãos. É essencial conhecer cada caso, compreender, saber todas as circunstâncias que o envolvem para poder pensar e agir com amor e compaixão. Casos emblemáticos têm permitido um melhor entendimento do que é quando falamos de eutanásia. Entre eles, três casos ocorreram na Europa no início do século XXI quando a eutanásia já era um dilema quase diário nas sociedades desenvolvidas.

O caso de Ramón Sampedro, um trabalhador espanhol, tetraplégico durante 30 anos após um acidente, que pediu para morrer porque não podia lidar com a contradição entre a paralisia de seu corpo e da lucidez de sua mente. Teve um amigo que o ajudou a morrer em 1998. Seu caso foi posto num filme de Alejandro Amenábar "Mar Adentro", vencedor de um Oscar em Fevereiro de 2005.

Depois, o caso do jovem francês Vincent Humbert, tetraplégico desde os 19 anos após um acidente de carro. Após três anos de permanência na cama cego, mudo, sem paladar ou cheiro, pediu aos médicos do hospital, graças à comunicação que conseguia com a pressão de um dedo, para o ajudarem a morrer. Como se o recusassem, a sua mãe fê-lo e foi detida. Em 2003, o seu caso contribuiu para um debate em França por uma lei garantindo o direito de morrer com dignidade.

Finalmente, o caso do italiano de Piergiorgio Welby, 60 anos, vítima de uma distrofia muscular progressiva que o tinha deixado imóvel, excepto o movimento dos olhos. Welby pediu aos médicos que terminassem com o tratamento que o mantinha vivo num ventilador há já dez anos, e o sedassem para morrer sem dor. Um médico do hospital de Cremona, onde estava internado satisfez o seu pedido e Welby morreu em 20 de Dezembro de 2006.

Ao anunciar a sua partida deste mundo o dirigente do Partido Radical, Marco Penella disse: “Seu exemplo será uma fonte de força, amor e esperança para todos os homens e mulheres que amam a vida, a liberdade e responsabilidade.”

Em 2007, apenas dois países da União Europeia tinham legalizado a eutanásia para pacientes com doenças incuráveis que o solicitassem. Em outros países, o debate jurídico e ético foi aberto. Na América Latina, o México está à frente da humanização da morte. Em Dezembro de 2007, foi aprovado no Distrito Federal do México a chamada Lei da Vontade Antecipada, que pode beneficiar os doentes terminais que optem por interromper os seus cuidados para prolongarem a vida.
A nova lei estabelece uma distinção entre "eutanásia" e "ortotanásia", um conceito que assume que significa "morte correcta" e que faz a diferença entre "curar” e "cuidar".
Quando os doentes não podem ser curados, os médicos não devem agir fora da decisão dos doentes, maiores de 16 anos, firmada num documento assinado perante o Notário e duas testemunhas.

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