quinta-feira, maio 05, 2011

INFORMAÇÕES ADICIONAIS

À ENTREVISTA Nº 92 SOB O TEMA:

"DEUS OU O DINHEIRO" (3)





Poder e Glória: Alguns Cálculos




O pesquisador britânico David Yallop revelou em 1984, no seu livro "Em nome de Deus" as circunstâncias em que teria sido morto o Papa João Paulo I, em Outubro de 1978, quando havia decidido sanear o mundo financeiro do Vaticano, que naquela data estava envolto em todo o tipo de relações mafiosas e transacções fraudulentas.


Em 2007, Yallop publicou outro livro "O Poder e a Glória", com o objectivo de revelar a personalidade do sucessor de João Paulo I, o Papa polaco Karol Wojtyla, e a manipulação que fez do poder Papal. Yallop deteve-se especificamente em detalhar a cumplicidade de Wojtyla com o mundo obscuro das finanças do Vaticano.


Nunca o Papa João Paulo II demitiu os chefes responsáveis pelos macabros escândalos financeiros como também boicotou as medidas decididas pelo seu antecessor.


Ao longo deste livro, Yallop faz várias estimativas de cálculo das riquezas do Vaticano. Por exemplo, quando João Paulo II chegou ao poder em 1979, a posição financeira real da Santa Sé estava dispersa por várias instituições. Havia a Administração do Património da Sé Apostólica (APSS), com suas Secções, Ordinária e Extraordinária. A Secção Ordinária guardava a fortuna das várias Congregações, Tribunais e Escritórios. Especificamente, possuía grande quantidade de bens imóveis do papado. Só em Roma, ascendem a mais de 5 000 apartamentos alugados.


Em 1979, os activos brutos desta Secção foram superiores a mil milhões de dólares. A Secção Extraordinária em outro banco do Vaticano, era tão activo nas suas especulações do mercado diário da Bolsa de Acções como o IOR (Instituto para Obras Religiosas, o chamado Banco do Vaticano), controlado por Marcinkus que se especializou no mercado cambial e trabalhava em estreita colaboração com o Credit Suisse e Société des Banques Suisses. Os seus activos brutos no final de 1979 foram superiores aos 1.200 milhões de dólares.


O Banco do Vaticano, dirigido por Marcinkus tinha activos brutos superiores aos mil milhões de dólares. Os ganhos anuais em 1979 foram superiores a 120 milhões de dólares, dos quais 85% foram directamente para o Papa para os usar como achasse melhor. No final de 1979, e apenas na Alemanha Ocidental, a Igreja Católica recebeu 2 mil milhões de dólares do Estado como parte do imposto anual da igreja.



Nos capítulos "O Inc. Vaticano I" e "do Vaticano II Inc." de seu livro, Yallop fornece informações abrangentes sobre os escândalos financeiros do Banco do Vaticano e do Banco Ambrosiano, uma história que inclui o suicídio, assassinatos, processos judiciais, fraude, extorsão, calúnia e um emaranhado denso de corrupção, que acompanhou o Papa João Paulo II.

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