sábado, outubro 01, 2011

HISTÓRIAS

DE HODJA


Um cientista estrangeiro chegou a Aksehir, a aldeia de Hodja, e perguntou pelo homem mais sábio que ali vivia e as pessoas indicaram-lhe o Hodja.

O cientista quer submetê-lo a um teste e, para isso, desenha com uma vara um círculo no chão. Hodja, que também tem uma vara, desenha uma linha recta dividindo o círculo em duas partes.

O cientista desenha uma outra linha dividindo o círculo em quatro partes. Hodja, então, usando a linguagem de sinais, mostra ter ficado com três partes do círculo dando a outra ao cientista.

Nesse momento, o cientista aponta os dedos para o chão e agita-os. Em resposta, Hodja levanta as mãos para cima e agita-as para o céu, fazendo o oposto do cientista. Este, então, pega nas mãos de Hodja com força e congratula-o.

Os espectadores ficam surpreendidos e questionam o cientista sobre o que aconteceu e ele explica:

- “Quando desenhei um círculo, eu perguntei: dizem que o mundo é redondo, qual a sua opinião? Hodja desenhou uma linha ao meio dizendo-me: O mundo é realmente redondo e o Equador passa através do seu centro.

Então, eu dividi o círculo em quatro partes e perguntei o que aquilo significava. Ele dividiu-o em três partes indicando que três quartos do mundo são mar e um quarto terra. Depois, eu coloquei as minhas mãos para o chão e agitei os dedos, o que era uma pergunta sobre a causa da chuva e ele colocou as mãos para o ar com os dedos apontando para o céu, que era a sua maneira de dizer: o vapor sai da terra e é assim que acontece. Hodja sabe tudo”

As pessoas, então, viraram-se para Hodja e perguntaram-lhe qual a sua versão e ele respondeu:

-“Este indivíduo é ganancioso. Desenhou à minha frente um círculo, ou seja, uma bandeja de baklava (bolo). Tracei uma linha ao meio dizendo: você não pode ficar com baklava toda. Fique com metade que eu levo a outra metade. Em seguida, dividiu o círculo em quatro. Pedi três partes: três para mim e uma para ele. Depois agitou os dedos sobre a baklava perguntando se podíamos pôr as avelãs e eu levantei os meus dedos para sugerir que o colocássemos em forno quente. Tudo o que o homem desenhava eu era capaz de adivinhar o seu significado. Finalmente desisti.”

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