O Urso de Peluche chamado Binker
“Na vida tenho um segredo que guardo com muito carinho, Binker lhe chamo e com ele nunca me sinto sozinho.
Quando brinco no meu quarto ou me sento no patamar, esteja eu onde estiver, sempre o Binker há-de estar.
O papá é muito esperto, de uma esperteza sem fim,
E a mamã é a melhor mãe do mundo inteiro para mim,
E a ama é a Nana – gosto de chamar-lhe assim –
Mas eles não vêm o Binker.
O Binker está sempre a falar, porque eu ando a ensiná-lo. Põe-se às vezes a guinchar, mas com isso não me ralo. Gosta às vezes de rugir, tão alto que assarapanta e eu tenho de o substituir porque lhe dói a garganta.
O papá é muito esperto, de uma esperteza sem fim,
E a mamã sabe tudo, tudo timtim por tintim.
E a ama é a Nana – gosto de chamar-lhe assim –
Mas eles não sabem do Binker.
Se corremos pelo parque, o Binker é bravo – um leão
E bravo é como o tigre, quando nos cerca a escuridão;
Bravo é como o elefante, pois não chora nunca, não…
Excepto se, ao lavar-se, lhe entra para os olhos o sabão.
O papá é um papá, como são todos, enfim,
E a mamã esforça-se para ser a melhor mãe para mim;
E a ama é a Nana – gosto de chamar-lhe assim…
Mas eles não são como o Binker.
O Binker não é guloso, mas há coisas que adora comer,
Por isso, se me dão doces, eu lá tenho de dizer:
O Binker quer um chocolate. Será que me podem dar dois? E como ele tem dentes fracos eu papo tudo depois.
Gosto muito do papá, mas para brincar não tem tempo, e gosto também da mamã, mas às vezes está ausente,
E fico zangado com a Nana, por me querer bem penteado…
Mas o Binker é sempre o Binker, e está sempre ao meu lado.
(A. A. Milne, escritor inglês)
NOTA - A nossa mente cria necessidades... O Binker será o deus desta criança, sempre ao seu lado e nada nem ninguém é como ele.
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